O filme começa de forma “organizada”, o que uns chamam de inicio covarde eu chamaria de auto explicativo de mais e isso se vê pelos diálogos expositivos que passam o filme inteiro desentoando as cenas, ele entrega a personalidade do núcleo central logo de inicio, meio que para não gerar expectativas grandiosas no publico.
Desde a primeira cena em que Paul Rudd aparece, fica claro que o filme não tem outra visão se não entreter o publico, seja com boas piadas ou belas cenas de ação.
Na segunda parte do filme as piadas não se reciclam e nem cansam, ou melhor, diverte mais a cada vez que o filme cresce. O único problema é que para fazer tantas piadas o roteiro precisa sacrificar o peso dramático da trama e acaba desmerecendo a ameaça que o vilão representa. Esse mesmo problema acaba afetando a atuação de Evangeline Lilly, que deveria levar a parte mais “triste” da historia, justamente para dar o contrapeso e nivelar o tom, então eu não sei bem se a atuação dela é fraca por causa do roteiro ou pela atriz, mas a unica questão que me vem na cabeça é que o personagem dela não funcionou até o terceiro ato. Eu tenho ideia que o material dela nesse filme é apenas de apresentação da personagem, que será explorada mais para a frente, mas nesse filme ela é quase irrelevante.
A trilha sonora de Ant-Man é fraca, quase que esquecível, mas não por ser ruim, ela está no filme apenas para fazer o publico se encaixar no tom. Como se a trilha dissesse; “fique triste”, “fique feliz, “agora empolgado”, “agora com medo”, mas em nenhum momento a trilha funciona como imersão, funciona apenas como um adorno barato.
A fotografia é insana, o tempo todo ela contribui para que o interesse pelas cenas de ação cresça, logo vem inovações que contribuam para o interesse direto de quem vê.
OBS.: A cena que vem depois da cena do Homem Formiga contra o Jaqueta Amarela é muito bem executada, se não é a cena mais marcante que já foi feita na historia da MARVEL, chega perto.
Enfim, Peyton Reed cumpre a missão de dirigir um filme escapista, que funciona em quase todos os aspectos, mas o filme depende muito do peso dramático dos personagens e o excesso de piadas não deixa o roteiro ir além de mais um blockbuster. Com um material tão fraco para trabalho, os atores levam seus personagens de modo raso, deixando apenas uma questão no ar: Se fosse apenas uma comedia, querendo ser uma comedia, com um super herói engraçado e elementos que homenagem filmes de roubo (que fizeram muito sucesso de 1990 a 2004) ele seria um dos melhores filmes do seu gênero, mas como ele tenta se levar a serio nas horas erradas, passa a ser mais um filme pedante da Marvel.