Como o próprio nome indica, o filme trata de contar-nos a história de Gabrielle Bonheur Chanel antes desta figurinista de talento ser mundialmente conhecida por Coco Chanel. Mas este talento todo só conheceríamos tempos depois. Poderíamos supor que esta escolha deva-se ao fato da produção querer deixar de lado a fama propriamente dita da estilista bem como suas relações, prá lá de suspeitas, com o nazismo e seu colaboracionismo à ocupação Alemã na França na Segunda Guerra. Seu envolvimento com oficiais nazistas, seus inúmeros amantes, seus instintos de mulher revolucionária e as motivações que a levaram a ser um ícone, não só de moda, mas de liberação das “amarras” do figurino feminino estão de fora. Ou foram tratados de forma muito simplista e de maneira a tornar esta Coco Chanel mais como um produto do que como ser humano. Mas vamos então analisar a “história” que nos conta o filme Coco Antes de Chanel dirigido por Anne Fontaine já que foi isto que o filme se propôs a retratar. Gabrielle (Audrey Tautou) é uma menina que fora criada e educada em um educandário. Anos depois sobrevive como mera costureira fazendo bainhas e pequenos consertos de roupas. À noite, para arrecadar mais alguns trocados, dedica-se a ser cantora em bordeis. Neste ambiente conhece um homem de muitas posses chamado Étienne Balsan que a introduz no mundo das pessoas ricas, elegantes e com ele vai ter um relacionamento tumultuado e, acima de tudo, vai observando os figurinos “escandalosamente suntuosos” destas senhoras. Percebe que as mulheres (e ela própria) vivem “amarradas” em seus espartilhos para manterem a cintura fina e seus vestidos que varrem o chão impedido seus movimentos livres e espontâneos. Seu primeiro movimento estilista surge em criar chapéus femininos mais discretos sem plumas, fitas exuberantes e toda aquela parnafenália de ostentação que fazem com que as mulheres usem uma verdadeira árvore de natal sobre as cabeças. Em seguida conhece "Boy" Capel, amigo de Balsan que lhe patrocina seu empreendimento na criação de chapéus e dá-lhe ainda liberdade de criação. Surge então seu segundo movimento de dispensar os espartilhos e libertar as mulheres das amarras e dar-lhes liberdade de movimento. Introduz ainda a calça dos homens ao guarda roupa feminino. Revoluciona assim a moda vigente de ostentação para uma moda mais discreta, mas elegante. Seu “pretinho básico” e sua filosofia de “mais é menos” ganha força entre algumas mulheres e o sucesso começa a acontecer. Tempos depois a casa Chanel surge como ícone da moda feminina moderna com seu estilo único, despojado e elegante. Audrey Tautou está brilhante no papel de Coco Chanel e a Direção de Arte e Figurinos deram um show de competência. Pena que o filme deixou de lado a personalidade forte de Coco Chanel para centrar-se apenas no lado “bom” da mulher. Vamos considerar então esta produção como a primeira parte da biografia desta mulher revolucionária e quem sabe sejamos brindados com uma produção que retrate toda a personalidade e o caráter desta grande senhora. Afinal, deu para vislumbrar neste filme que existem outras tantas perspectivas de se contar história de Chanel. Quem sabe um filme com o título de COCO CHANEL para que o seu público possa admirá-la na sua amplitude. Com seus defeitos e suas virtudes. Que eram muitas. De ambos os lados.
Gostei do filme,mas acho que faltou algo.Há algum tempo assisti um outro filme sobre Chanel com Shirley MacLaine,este sim é tudo,achei-o 1000 vezes melhor que este,o filme faz com que vc crie afeto pelas personagens.Já Coco antes de Chanel não cria muito este vínculo.E fora que,tanto o Ettiene quanto o Boy eram mais bonitos.Audrey realemente deu um show neste filme. Sou super fã de Chanel,e ainda mais que sou Estilista,sempre admirei seus trabalhos.
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