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Um visitante
5,0
Enviada em 10 de agosto de 2016
Esse é um filme simples, singelo e envolvente, contando uma história sob o olhar de uma criança nos anos 70, no momento em que seus pais estão com problemas, e ele tem que ir morar com o avô. A Copa do Mundo e a ditadura militar são os planos de fundo do filme que servem para ajudar na narrativa.
Existe em nosso país uma rica história a ser contada. Como ela deve se contada vai de cada um. Cao Hamburger realiza uma obra em que aborda a ditadura através dos olhos de uma criança. Acaba desenvolvendo um filme leve para um tema pesado. Aborda um pedaço de nossa história realizando uma auto crítica, faz uma analogia com a história de Moisés e mostra o amadurecimento de uma criança no meio daquela loucura. Mauro (Michel Joelsas) um garoto que vive em BH em 1970, acaba tendo que ir as pressas para a casa de seu avô paterno em SP, quando seus pais, ativistas que lutam contra a ditadura, estão sendo perseguidos pela ditadura. Com um jargão usado para quem estava em fuga no país, seus pais apenas avisam a Mauro que estão saindo de férias. Por uma infeliz coincidência quando Mauro chega a casa de seu avô descobre que este acabou de falecer. Além da situação conturbada, o ano é de Copa do Mundo no México e o Brasil vai em busca do tri campeonato. Mauro é vidrado em futebol e espera, conforme combinado, que seus pais voltem no início da Copa. Com uma direção de arte que retrata os anos 70, a narrativa se passa no bairro Bom Retiro, onde apresenta uma comunidade judaica. Aproveitando a cultura que ali vive, os roteiristas Braulio Mantovani, Anna Muyaert e o próprio Cao Hamburger elabora uma história que faz uma analogia com a história de Moisés. Se percebermos, o roteiro sempre nos fala dele, a ponto de fazer um breve relato da vida do patriarca hebreu para justamente indicar o rumo e que a história vai tomar. Ao acompanharmos a vida de Mauro nesse período observamos um leve ganho de maturidade. Ao final quando uma porta se fecha percebemos uma página virada na vida de nosso protagonista. Em seu roteiro ainda é abordado uma crítica ao nacionalismo das pessoas que lutavam ou eram contra a ditadura. Observe como o diretor dá ênfase a união que acontece durante a Copa do Mundo. O guerrilheiro Italo (Caio Blat) parece que vai torcer contra, mas é só passar uns minutos que não há mais distinção entre os que estão contra ou a favor da ditadura. Uma filmagem enquanto o jogo está acontecendo também enaltece essa ideia, pois Cao Hamburger filma as ruas vazias, pois todos esquecem o que se passa no Brasil para torcer a favor da pátria amada Brasil. Cao Hamburger aborda um tema difícil com tranquilidade e segurança. Um tema pesado que é passado com leveza e que nos emociona ao olharmos através dos olhos de Mauro uma época tão difícil.
O filme é bonitinho, mas não passa muito de um drama que beira a supercialidade, tanto do drama quanto da da ditadura. Fui assistir "O ano em que meus pais tiraram férias" um pouco a contra gosto, pq sabia do desafio que Cao Hamburger teria para superar o chileno "Machuca". Enchi o peito, comprei um milkshake de ovo maltine e entrei no cinema. O filme é a visão da ditadura brasileira através do olhar de uma criança. O filme é bom, mas não me agradou. O diretor perdeu grandes oportunidades de criar cenas envolventes, causar emoções e ganhar o telespectador. As cenas até existem, mas logo segue uma fala engraçada e nos faz lembrar q estamos num cinema... perde o clima.Um abraço, um encontro inesperado ficam na superficie do encanto, longe até mesmo dos sentimentos mais puro de uma criança. Não gostei, mas agrada aos menos críticos.
Filme mto bom e nacional !!! Embora haja um certo receio com os filmes brazucas, tal preconceito não se aplica a "O Ano Em Que Meus Pais Saíram De Férias". Um filme q é simples sem ser comum, vale a pena assistir com ctza. Um drama inteligente, emocionante, q hora faz rir, hora nostalgeia. Recomendo !
FABULOSO! Um filme simples, emotivo, que trata do período negro da ditadura militar sobre a visão de uma criança. Cao Hamburger conseguiu tramitir toda as verdade de uma época em que todos tinham medo dizer as as verdades inteiras ou você dizia ou então fingia que nada estava acontecendo. Belas reconstituição de época, os atores estão perfeito, principalmente o menino que faz Mauro e a menina que faz a Hanna. Um filme tocante e muito belo.
Mauro é um garoto de 12 anos, que é obrigado a deixar sua casa em Belo Horizonte. Seus pais, procurados pela ditadura militar, o deixam na casa do avô paterno, em São Paulo. Porém Mauro nem chega a encontrá-lo, já que o avô morre no mesmo dia em que é deixado. Schlomo, um judeu que é vizinho do avô de Mauro, passa a cuidar dele, a contragosto. Mauro passa então a viver a expectativa do início da Copa do Mundo de 1970 e a promessa dos pais de que voltariam para assistir a competição com ele. Mais um pedaço do que foi a tragédia brasileira chamada ditadura militar. "O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias" busca um olhar infantil sobre os acontecimentos de 1970, mesclando a paixão pelo futebol e a estranheza causada por fatos da época. É também um filme que busca falar sobre a ditadura de forma indireta, mostrando-a através da visão do garoto Mauro sobre o cotidiano, e usando o conhecimento que o espectador possui sobre o tema, que faz com que identifique situações por conta própria. De certa forma cai justamente no exemplo que comentei na crítica sobre "Crônica de uma Fuga", sobre filmes brasileiros que falam da ditadura. O que não o impede de ser um bom filme, apenas não se aprofunda no tema. O que, neste caso específico, nem era o foco do diretor Cao Hamburger. Destaque para a análise comparativa entre o futebol, paixão popular do brasileiro, e a questão política do país naquele momento, explorada também com bastante competência em "Pra Frente Brasil.
O primeiro fato a me surpreender foi o de ver o nome de meu colega de turma da Faculdade de Ciências Médicas de Santos, Claudio Galperin, como co-roteirista. Ele e Cao Hamburger, a partir do livro Minha vida de Goleiro, de Luiz Schvartz, elaboraram o roteiro do filme que tem como pano de fundo os anos de chumbo, a época da repressão, mais precisamente o período da Copa do Mundo de 1970, vencida pelo escrete canarinho. Se de um lado tínhamos o maior time de futebol de todos os tempos, também vivíamos o pior período em termos de liberdade de expressão e repressão política na nossa história. Num primeiro plano temos o menino Mauro (Michel Joelsas), que morava em Belo Horizonte com os pais, que foram obrigados a sair de férias devido a questões políticas. Com isso, Mauro é deixado com o avô, que morava no bairro judeu do Bom Retiro, em São Paulo. O problema é que o avô (Paulo Autran) faleceu antes da chegada do neto. O menino será então adotado por Schlomo (Germano Haiut), um velho judeu, vizinho do avô de Mauro. No início Mauro fica trancado no apartamento durante todo o dia. Aquela que será responsável pela sua "socialização" no bairro será a vizinha, a pequena Hanna (Daniela Piepszyk). Entre outras coisas, Hanna faturava uma grana levando os moleques conhecidos para o fundo da fábrica de confecção de roupas de sua mãe para que pudessem ver as beldades do bairro se despindo. Os jogos de futebol despertaram em Mauro o desejo de se tornar goleiro, a mais solitária e imprevisível posição do esporte bretão. Nada mais justo e lógico que a solidão interna de Mauro o fizesse optar por uma posição igualmente solitária. A fotografia, a trilha sonora que flerta com a música judaica, a atuação estupenda da dupla juvenil composta por Mauro e Hann, e, principalmente o roteiro que privilegiou a visão de uma criança sobre a época da ditadura militar, fazem deste um grande filme. A semelhança com "MINHA VIDA DE CACHORRO", de Lasse Halström" e de "KAMCHATKA", de Marcelo Piñeyro, não é mera coincidência.
O filme trata de uma maneira sutil, mas firme, um periodo negro da história deste país. A visão inteligente e equilibrada a partir da realidade do menino, contrasta com a violencia que aparece apenas "en passant", mas que pulsa ameaçadora á volta de todos. Muitíssimo melhor que o filme ridículo de Roberto Benini (A vida é bela).
Um dos piores filmes que já assisti. A interpretação do garoto é muito ruim. Muito. O ator que interpreta o avô procura atenuar esse desfalque, mas quem salva o filme é a garota, filha da dona da loja. Pouquíssimo sobre ditadura. Uma tragédia de película. Gislene Bosnich
A ditadura militar é mostrada sem apelar para pretenso realismo "historiográfico" tão comum quanto entediante nos filmes que tratam da época. Aqui entra a vida comum que, mesmo sufocada, seguia em frente naquele tempo, nas mãos das crianças e nos pés dos jogadores de futebol.A direção segura de Hamburguer põe em forma visível o processo de subjetivação da história, como na cena já antológica em que as crianças dançam ao som de "eu sou terrível", de Roberto Carlos. Memorável!
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