Fúria de Titãs busca ser uma super-produção sobre deuses e humanos, mas falha miseravelmente em sua abordagem 3D, especialmente em suas transições, onde um bebê no barco parece distorcido ou a aparência de Hades quando este aparece entre os humanos.
Com uma introdução um tanto rápida do protagonista, talvez deixando pouco espaço para criação da empatia ou até da criação desse personagem, logo parte-se para as lutas, mas que quase nunca emplacam, tendo como muleta a sua forçada trilha sonora que não conta muito com criatividade. Mesmo nas sequências onde o remake deveria se sair melhor que o original datado, como a luta com o escorpião gigante, temos uma dessincronia entre as cenas próximas de suas garras (rápido) e as cenas em que os personagens sobem em cima dele (lento), mesmo que esse ritmo de encaixe com a trilha sonora (que tem um raro bom momento). Outra falha notável é o fato do cenário ser 3D, mas o escorpião parecer em muitas ocasiões “fora” do quadro, como um efeito de projeção no fundo do cenário. Lembrou um Duna 3D (se esta tivesse sido feita com o uso da tecnologia). E, por fim, não há tensão, mesmo se tratando de uma luta mortal com um escorpião gigante, o que é um problema mais grave ainda, pois é disso que a aventura depende para engrenar. Como prêmio de consolação, o efeito visual das bruxas, do barqueiro e da Medusa são muito bem conduzidos, assim como as cenas de ação relacionadas com esses personagens.