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    Fúria de Titãs
    Críticas AdoroCinema
    1,0
    Muito ruim
    Fúria de Titãs

    Frágil e pouco envolvente

    por Roberto Cunha

    Hollywood vem sofrendo de uma carência criativa absurda nos últimos anos. De uns tempos para cá, refilmar tornou-se a galinha dos ovos de ouro para os estúdios. Agora, o 3D parece a descoberta da pólvora. O problema é que está provado que não basta ter os elementos de uma fórmula. É preciso saber usá-los, caso contrário a coisa pode explodir. Fúria de Titãs é fruto desta experiência e o resultado pode ser devastador para muita gente. Aguardado por muitos que gostam do tema ou até mesmo por aqueles que tiveram a oportunidade de ver o original, esta novidade pode não agradar por vários motivos.

    Sob o pretexto de contar a interessante história de um semideus (Perseus/Sam Worthington) que poderá mudar o rumo das relações entre os deuses do Olimpo e os reles mortais, o roteiro é frágil, rápido e pouco envolvente, com seu conteúdo contado pelo personagem Io (Gemma Atterton), espécie de "guru" do herói ao longo da trama. Worthinton, coincidência ou não, volta para um personagem que questiona sua origem ("Não sou filho de ninguém!") como aconteceu em Exterminador do Futuro – A Salvação e o resultado é uma atuação fraca e um personagem pouco consistente. Basta dizer que de uma hora pra outra, ele que insistia em negar sua origem, vira líder dos guerreiros e, como disse o baixinho e marrento jogador de futebol brasileiro, já quer sentar na janela!? Não dá.

    Entre as curiosidades, a espada mágica do herói, certamente, vai fazer muita gente lembrar do sabre Jedi e a perseguição aérea com o Pégaso remete para sequências de Harry Potter. E por que, descontada possível ignorância deste que vos escreve, Perseus usa cabeça raspada no meio de tantos cabeludões?!? Com bons figurinos, bons atores em cena (Liam Neeson e Ralph Fiennes), trilha coerente e alguns efeitos especiais bem produzidos, algumas situações bizarras como o combate com os escorpiões, por exemplo, meio que colocam tudo a perder porque soam engraçadas. E, definitivamente, essa coisa de botar humor pasteurizado em tudo está azedando os roteiros. Contudo, mais triste do que não se sentir envolvido por esta grande aventura que queria ser épica é se deparar com defeitos gritantes de conversão (para o 3-D depois de pronto), revelados pelos indefectíveis óculos do momento antipirataria. Foi assustador. Hades, que vive do medo, teria amado. Então fica a pergunta: Por que não deixaram o original em paz e investiram o dinheiro em algo, realmente, novo?

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