Paul McCartney and Wings - Rockshow: Crítica AdoroCinema

Os cinemas têm aberto suas portas, atendendo a demanda daqueles que, além de um bom longa, gostam de ver um show, um espetáculo ou até mesmo uma luta. Dentro desse contexto, assistir uma produção de pouco mais de duas horas de duração, sendo ela o show de uma lenda da música mundial acaba sendo um programão e tanto. Ainda mais quando se descobre que esse registro é histórico, porque o original exibido até então tinha cerca de 30 minutos a menos, e que a oportunidade de fazer isso dentro da sala escura é restrita a poucos dias.

Dito isso, a "sessão" começa com mister Paul McCartney frente a frente com você (nos dias atuais), comentando sobre o sonho de tocar nos Estados Unidos (lugar onde esse show rolou) e os companheiros do Wings, banda que formou pouco após o término do Beatles. Ele fala também de sua esposa Linda McCartney, alvo constante de críticas, que ele sempre considerou fundamental para o grupo, principalmente, por ela funcionar como uma "líder de torcida". Até pode ser, mas ainda bem que a banda levava o maior som e você não precisa perder muito tempo avaliando se ele está certo ou errado nessa observação. O negócio é curtir os acordes de seus emblemático baixo Rickenbacker, costurando boa parte das 30 (!) músicas. 

Para os iniciados, o longa começa com "Venus in Mars", emenda com "Rock Show" e parte para "Jets". A qualidade da imagem é boa, levando-se em conta a época e os recursos, assim como o som, que se apresenta algumas microfonias no início (todo show tinha que ter, né?), depois segue tinindo, fazendo você trilhar uma verdadeira viagem no tempo. Seja pela canções de Paul, do próprio Wings ou até dos Beatles. Estão lá as clássicas "Maybe I'm Amazed", "The Long and Winding Road",  a indicada ao Oscar "Live and Let Die" (Com 007 Viva e Deixe Morrer), "My Love", "Yesterday" e "Silly Love Songs", verdadeiro tapa na cara dos críticos de plantão. Ah! Quer saber se tem "Band on the Run"? Claro que sim e numa versão mais "limpa". Tudo fruto dessa turnê "Wings Over the World", realizada em 1976, cheia de bom humor, entrosamento no palco e efeitos especiais bem legais para a década.

Paul McCartney and Wings - Rockshow é filme concerto para deixar quebrado o mais duro dos corações. Deve ser visto por fãs e não fãs, deixando eventuais preconceitos de lado. Afinal, são músicos de qualidade, como o ótimo Denny Laine (ex-The Moody Blues), se revezando nos instrumentos e até nos vocais, fazendo um puta show, em um estádio lotado de felizardos. Aliás, o destaque curioso vai para essa turma que ao contrário dos dias de hoje, acende saudosos e "poéticos" isqueiros no lugar dos malditos celulares dos dias atuais. Portanto, caro leitor, "viva e 'não' deixe morrer"...aumenta que isso aí é roquenrou!