Este longa tem por base a tênue linha que diferencia o bem do mal, o qual, normalmente é bem distinguido nos filmes, vivenciados pelo protagonistas e o antagonistas. Todavia, com o desenrolar da história, nos vemos, por vezes, divididos por estes opostos. Como assim?
Vamos lá, a trama narra a vida de dois personagens extraterrestres, Metro Man e Megamente. O primeiro, por ter a sorte de ser acolhido por uma família exemplar e dispor de poderes sobrenaturais (assemelhando-se ao Super Man), obteve com mais facilidade prestígio e boa índole, diferente do último, que por azar, foi amparado por detentos de um presídio e somando-se a isto, apresentava características físicas horrendas, como cor azulada, cabeça desproporcional, dentre outras, facilitando assim, uma personalidade obscura, triste e malévola.
Prosseguindo com o enredo, desde criança, os dois travavam disputas diversas assíduas, onde o “protagonista” (Metro Man) sempre vencia com carisma e força, as inúmeras e incansáveis investidas inteligentes do “antagonista” (Megamente). Deste modo, anos se passaram e a fama era inevitável, transformando o primeiro em herói da cidade e o outro em vilão.
Todavia, mesmo após derrota atrás de derrotas, Megamente não se deu por vencido, tendo como objetivo único de vida vencer Metro Man, o qual, finalmente, foi conquistado através de uma excelente estratégia “não esperada” pelo herói.
A grande sacada desta super produção vem agora, pois com tal vitória almejada por anos e anos, Megamente se via sozinho e sem maiores pretensões de vida, uma vez que não havia mais um lastro vital para ele, ou seja não existia mais seu arquirrival. Com isso, sua vida tornou-se monótona, entediante e chata. Desta forma, em uma tentativa frustrada e desesperada, ele cria um novo herói pra cidade, baseando-se na ideia de que se encontrasse uma pessoa pura e boa, somada com os superpoderes de Metro Man, tal personagem teria os mesmos métodos e perspectivas, assim fornecendo mais uma vez a eterna luta do “bem” contra o “mal”, favorecendo-lhe novo ímpeto de vida.
Porém, o plano não foi como esperado, transformando o “herói” em “vilão”, obrigando o lado “humano e bom” de Megamente a contra-atacar, nos fazendo se emocionar com sua história e sem notarmos, já estávamos do outro lado da torcida.
Este intrigante jogo de sentimentos travados internamente pelo público, nos faz refletir sobre o real sentido do prévio julgamento, visto que geralmente “a primeira impressão é a que fica”. E de forma exemplar, o filme nos leva, inconscientemente, a analisar melhor os dois lados da moeda, servindo assim de uma linda moral, conquistando com esmero a nota 5 e recomendável, não só à plateia infantil, como também adulta.
Observação: A título de curiosidade, tal linha cinematográfica se faz perceptível também em outros filmes, onde existe uma forte tendência a simpatia para com os anti-heróis. Este vínculo é notável não só em desenhos (Meu Malvado Favorito 1 e 2), mas também em tramas mais maduras como Os Mercenários 1 e 2.