"A Troca", EUA, 2008, produzido e dirigido pelo grande cineasta Clint Eastwood. Um filme que não é um dos melhores filmes de Eastwood, tendo como pontos de referência os recentes: "Sobre Meninos e Lobos", "Menina de Ouro" e "Cartas de Iwo Jima", mas que mesmo assim consegue ser muito superior a qualquer filme comercial babaca produzido recentemente por Hollywood. "A Troca" trata-se de um filme baseado em fatos reais, sobre a obstinação de uma mãe, Christine Collins (magistralmente vivida por Angelina Jolie, que foi indicada ao Oscar-2009, como melhor atriz), em encontrar seu filho Walter, o qual foi sequestrado numa manhã de sábado, na qual ela foi trabalhar substituído de emergência uma colega de trabalho. Christine é mãe solteira, o pai de Walter a abandonou quando soube que aquela estava grávida e, ser mãe solteira na época em que o filme se passa (na virada da década de 20 para a de 30) era muito difícil e a mãe era vítima de preconceito pela sociedade. Começa a busca por Walter; até a polícia encontrar uma criança parecida com ele, porém Christine alega à polícia que aquele não é seu filho. Começa assim uma luta desesperada (e incompreendida pela polícia de Los Angeles) da mãe em busca de seu filho. Christine chega a ser acusada pela polícia de negligência materna e de irresponsabilidade, pois para os policiais, durante o tempo que passou sem o filho, aquela vivia uma vida "livre", sem responsabilidades e agora que o "filho" está de volta (o qual ela tem certeza não ser seu Walter), os policiais dizem que Christine não quer mais ter responsabilidades maternas, uma visão distorcida e produzida pelo machismo da época. Chegam a acusá-la de doente mental. Não contarei mais da história para não estragar as surpresas reservadas pelo bom roteiro do filme. Só mais um detalhe: Christine é ajudada por um reverendo interpretado pelo sempre competente John Malkovich, que critica constatemente a polícia de Los Angeles, acusando-a de corrupção e de cometer abusos de poder; essas duas temáticas se ligarão pelo roteiro, de forma perfeita. O filme é bom tecnicamente: boa fotografia, direção de arte, reconstituição de época, figurino e maquiagem. A direção segura de Eastwood produz uma excelente interpretação de Jolie e de todo o elenco, mas a protagonista se destaca muito; o elenco mirim também está ótimo. A história do filme é, portanto, sobre uma mãe dedicada, trabalhadora e obstinada que enfrenta a tudo e a todos, na luta para encontrar o filho desaparecido. Um amor maternal belíssimo!´