Sucker Punch - Mundo Surreal: Crítica AdoroCinema

Se você tem a cabeça aberta para embarcar num delírio criativo, pode pegar o passaporte e se encaminhar para o cinema de sua preferência porque o passeio está garantido. Depois de fazer sucesso com a história dos outros, como aconteceu em 300 e Watchmen, o diretor Zack Snyder realiza seu primeiro trabalho autoral e o resultado final agrada sob vários aspectos.

Numa trama onde a liberdade é a única chance de sobrevivência, mesmo que imaginária, BabyDoll é uma jovem que perdeu a mãe e acabou internada em um sanatório pelo padrasto inescrupuloso. Com uma cirurgia que destruirá seu cérebro prevista para acontecer em cinco dias, sua realidade virou uma prisão, mas ela descobre que o melhor refúgio pode estar na sua imaginação. Será?

Embora o roteiro apresente alguns pontos frágeis em sua estrutura e nos diálogos, sua força está nos muitos atributos que o filme tem, como fotografia deslumbrante, jogo de cores pálidas e vibrantes, além de uma infinidade de cenas de ação com imagens alucinantes. Misturando cenários fantásticos, bom figurino e um clima meio peep show, Sucker Punch - Mundo Surreal é repleto de ícones históricos (zepelins, aviões biplanos, fortalezas voadoras), referências cinematográficas, seres mitológicos, robôs, nazistas sobrenaturais, entre outros.

O ritmo frenético tem chances reais de seduzir o espectador, seja ele amante do gênero ou não. E para isso conta com o auxílio luxuoso de uma trilha sonora que dá nova roupagem para "Tomorrow Never Know" (Beatles), "I Want it All"/"We Will Rock You" (Queen), "Sweet Dreams (Are Made of This)" (Eurythmics), "Asleep" (The Smiths), entre outras. E o detalhe adicional é saber que as duas últimas foram cantadas por Emily Browning, atriz / protagonista que faz misérias com uma espada samurai na mão e uma pistola na outra.

Apesar de contar com os competentes Scott Glenn (O Ultimato Bourne) e Oscar Isaac (Robin Hood) no elenco, ele é basicamente feminino e carregado de sensualidade. Carla Gugino e Vanessa Hudgens são as mais conhecidas, mas Jena Malone, Abbie Cornish (Elizabeth - A Era de Ouro) e Jamie Chung (Gente Grande) também dão conta do recado, manipulando armamento pesado em sequências deliciosamente mirabolantes e vigorosas.

Portanto, se palavras nada valem quando desacompanhadas da ação, como foi dito no longa, tente deixar de lado preconceitos contra o universo lúdico dos quadrinhos e dos jogos, permita-se entrar na mente do personagem e faça uma boa viagem. De puro delírio visual e final surpreendente.

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