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    G.I. Joe - A Origem de Cobra
    Críticas AdoroCinema
    4,0
    Muito bom
    G.I. Joe - A Origem de Cobra

    LUZ, CÂMERA, AÇÃO

    por Roberto Cunha

    Uma das primeiras coisas que você precisa saber e que já deveria desconfiar é que G.I. Joe - A Origem de Cobra é cinema de ação. Portanto, quem entra numa sala escura para ver um filme como este não pode sentar na poltrona e esperar um roteiro exemplar, com mensagens subliminares ou algum parente próximo da metáfora. A mais recente adaptação que chega nos cinemas brasileiros vai ter grande significado para os fãs dos bonecos "Falcon", "Comandos em Ação", "Action Man", enfim os G.I. Joe. Mas deve agradar também aquele espectador que gosta de filmes de ação e efeitos especiais a serviço do entretenimento, diferente de alguns filmes que mostram um festival de tecnologia gratuita sem pé e nem cabeça. O filme dos bonecos em questão possui as duas coisas além de tronco e membros.

    G.I. Joe - A Origem de Cobra é "porrada" em doses brutas cujo único objetivo é entreter. E consegue. Basta você se deixar levar pela viagem baseada nos bonecos da Hasbro, mesmo fabricante dos robôs do recente sucesso Transformers - A Vingança dos Derrotados. E esta diferença pode ser interessante para quem nunca se interessou pelos heróis, porque ao menos eles são humanos e isto ajuda na aproximação do espectador que não é fã de carteirinha. A história tem um roteiro menos confuso e mais objetivo. Mostra os esforços da organização Cobra em roubar ogivas com incrível poder de destruição (seus elementos comem metais) e os heróis do filme são os únicos capazes de salvar o mundo dos vilões, sempre com planos mirabolantes de conquista. A frase "Quando eu terminar, o mundo jamais esquecerá" é típica. Com uma breve explicação na abertura sobre as origens do principal vilão, Destro, já começa com uma sequência de ação repleta de tiros e explosões já no primeiro confronto. E o destaque da cena, fora os muitos efeitos, vai para a arma da heroína Scarlet (Rachel Nichols) e para a sensualidade da vilã Baronesa (Sienna Miller). Após o roubo das incríveis ogivas com "nanomites", o filme é pura adrenalina, tendo como um dos pontos altos a destruição da Torre Eiffel.

    Com o claro objetivo de tentar explicar alguma coisa para o público "leigo", o roteiro insere na trama diversos flashbacks dos personagens com suas respectivas histórias. O que pode ser bom para muitos, também funciona como um recurso que quebra o ritmo crescente da história. E talvez seja este o principal ponto negativo do filme, além de alguns poucos efeitos especiais mal resolvidos. No elenco coeso, Denis Quaid em papel fraco e o ator Marlon Wayans (O Pequenino) fazendo todos os momentos engraçadinhos dos diálogos. As tais piadinhas descartáveis presentes na maioria dos filmes de aventura recentes. A trilha é compatível e o figurino ficou muito bonito. O destaque vai para a mortal e sensual Baronesa, a roupa dos soldados Cobra, e a "Roupa Aceleradora" que protagoniza uma sequência de perseguição sensacional pelas ruas de Paris (não foram realizadas lá). Como não poderia se diferente, o filme tem uma história de amor "quase" impossível, os mocinhos que fazem treinamento na velocidade da luz,  ainda encontra espaço para citar o problema das armas, já que a MARS, no filme, fabrica 70% dos armamentos do planeta e, veja você, vende para os dois lados. Mas sobre este tema é melhor assistir O Senhor das Armas.

    Para os cinéfilos de plantão é possível ver várias citações/referências no longa, desde um momento Matrix até o vilão Rex que, como Darth Vader, fala em voz gutural e tem problemas de respiração. Sem contar as inúmeras batalhas entre naves ou lutas de sabres ninja (entre Storm Shadow e Snake Eyes) em beira de abismo. Mas nada disso é demérito porque o filme tem personalidade. Os fãs ferrenhos podem reclamar, mas para eles, o filme reservou uma homenagem sonora através do "Yo Joe!", tradicional saudação do grupo. A direção competente de Stephen Sommers, do sucesso A Múmia e suas sequências, entre outros filmes, garante diversão do início ao fim. Bons efeitos, poucos defeitos e um roteiro, mesmo que falho, de fácil entendimento. G.I. Joe - A Origem de Cobra vale o ingresso e deixa evidente seus planos de retorno para as salas escuras. Prepare-se: A aventura continua.

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