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    Príncipe da Pérsia - As Areias do Tempo
    Críticas AdoroCinema
    3,5
    Bom
    Príncipe da Pérsia - As Areias do Tempo

    Um novo "Piratas do Caribe"?

    por Francisco Russo

    Jerry Bruckheimer já era um produtor consagrado antes de Piratas do Caribe - A Maldição do Pérola Negra. Entretanto, foi o filme protagonizado por Johnny Depp que o colocou, definitivamente, no panteão de Hollywood. Não apenas pelos muitos milhões de dólares arrecadados, mas por ter encontrado a fórmula para adaptar um brinquedo de parque de diversões. Por este ângulo, não é de se espantar que Príncipe da Pérsia - As Areias do Tempo, baseado em um popular jogo de videogame dos anos 80, chegue agora aos cinemas por suas mãos.

    A bem da verdade o grande objetivo é repetir o sucesso de Piratas do Caribe e, para tanto, vários elementos foram aqui aplicados. A começar pelo roteiro, que lembra bastante o do terceiro filme da série estrelada por Jack Sparrow, pelas idas e vindas dos personagens principais sem avançar na história. É isso mesmo, há um bom trecho de Príncipe da Pérsia em que basicamente nada acontece. Nada em termos de desenvolvimento da trama, é bom ressaltar, pois há sempre algum tipo de ação na tela. Esta é outra característica de Piratas aqui aplicada.

    A história é centrada em Dastan (Jake Gyllenhaal, anabolizado e mais uma vez inexpressivo), que ainda criança foi adotado pelo rei Sharaman. Já adulto, ele mantém um ar de adolescente exibicionista. É o que o impulsiona a ajudar na invasão de uma cidade, passando por cima das ordens do irmão. Por acaso encontra uma estranha adaga, que guarda consigo. Apresentado à princesa Tamina (Gemma Arterton, irritante quando se torna a jovem indefesa), indicada para ser sua futura esposa, ele passa a ter que cuidá-la quando é acusado de tramar o assassinato do pai. Para completar, Tamina deseja recuperar a adaga, que guarda o valioso poder da viagem no tempo.

    O principal ponto positivo do filme é a fidelidade ao jogo, em especial pelo lado visual. As perseguições no teto das casas e movimentos do protagonista, como seus saltos e a forma como se esconde no corpo de um cavalo, são idênticos aos do videogame. Além disto funcionam em tela grande, proporcionando uma bela plasticidade. As cenas de ação são também bem feitas, dignas do orçamento de US$ 150 milhões. Todas as cenas envolvendo viagem no tempo e a "montanha russa de areia", no final, merecem destaque.

    Entretanto, há também problemas - e eles são bem relevantes. O elenco coadjuvante é inexpressivo, muito pela falta de carisma e até de utilidade dos próprios personagens. A princesa Tamina de início provoca um bom embate com Dastan, pois estão em pé de igualdade. A partir do momento em que ela se rende aos encantos do príncipe, tudo muda. Torna-se a típica princesa histérica, sempre pronta a gritar pelo amado ao menor perigo iminente. Além disto, há um punhado de diálogos terríveis, de estilo impactante como "Deixe o impossível para mim" ou de piada sem graça, como "Pode me revistar à vontade, mas terá que ser bem detalhista". Apenas tentativas frustradas de criar clima para os personagens.

    Como um todo, Príncipe da Pérsia - As Areias do Tempo é um filme mediano. Traz de volta uma fórmula de reconhecido sucesso, tentando aplicá-la sobre novos elementos. Às vezes funciona, em outras não. Independente disto, é um filme de ação que consegue capturar a atenção e, em alguns momentos, divertir. Objetivo primário do cinema produzido por Jerry Bruckheimer, que nada mais deseja do que ver seu novo produto faturando alto nas bilheterias.

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