Um adolescente tem um caso ilícito com uma mulher mais velha na Berlim pós-guerra e anos depois a encontra em um julgamento que a revela como guarda da prisão de Auschwitz. O Leitor é um exame muito digno da culpa alemã pós-guerra e do abismo entre as gerações seguintes, que sem dúvida resultou na criação da gangue Baader-Meinhof. A parte mais interessante do filme é, na verdade, o debate moral entre os estudantes de direito e seu tutor e faz alguns pontos interessantes sobre as consequências da culpabilidade através da inação. O Leitor é mais um belo trabalho do diretor Stephen Daldry, é interessante como o roteiro adaptado do livro alemão de mesmo nome usa o relacionamento entre Michael(David Cross, uma grade revelação que infelizmente não vingou depois) e Hanna(Winslet, ótima como sempre) para fazer um comentário sobre a moralidade alemã durante o pós-guerra. O filme não argumenta que essas ações desumanas são palatáveis, uma vez que entendemos as motivações daqueles que as cometeram, apenas que elas realmente eram pessoas, não exatamente enganadas em suas decisões, mas parte de um movimento que não tinha espaço para escolha. O grande problema do filme é que ele pesa demais a mão nos flashbacks e a maquiagem envelhecida dos personagens é muito artificial, além de alguns problemas de logística na narrativa que realmente são incômodos, o design de produção também é muito dull. Ainda sim, The Reader é um filme surpreendentemente delicado que consegue transformar um tema difícil em um conto lúdico sobre amadurecimento emocional, um retrato delicado sobre a carência e a força da memória afetiva. Destaque também para Ralph Fiennes. Uma obra de arte que, no entanto, deve ser apreciada com moderação devido a temática indigesta. NOTA : 8.5 / 10