Bem, dessa vez eu vou falar mal mesmo, e espero que isso seja um incentivo a você assistir o filme e falar o que sentiu. Li algumas críticas na internet (não foram poucas) dos Carijós do cinema (os críticos de cinema), elogiando muito o filme. Uma verdadeira crítica à violência mostrada nos filmes Hollywoodianos, o quando o Haneke queria deixar o expectador tenso e revoltado, a possibilidade que tem do diretor manipular a massa para ‘gostar’ da violência que seria criticada em outro ponto.
Chega uma hora no filme, alias já logo no início, que você começa a torcer pela família se livrar daqueles caras de uma vez, que dê uma facada, um tiro, sei lá. Infelizmente, nesse quesito não posso reclamar, o diretor fez um excelente trabalho nos fazendo odiar os dois personagens de roupas e luvinhas brancas. Os psicopatas conseguem ter um cuidado incrível em perturbar de verdade aquela pobre família (e nós, que estamos assistindo).
Em determinado ponto, quando finalmente nos enchemos de esperança... O diretor dá um soco de direita na nossa cara e tudo volta à mesma “tensão” de antes. Não sei se sou eu a péssima interprete de filmes, ou se realmente os Carijós estão cada vez mais loucos. Sabe o que acho que acontece... Um crítico lê o outro que gostou, dando um significado todo especial para o filme, lá pelas tantas, outro começa a elogiar também... E a gente vê que é só um copiando o outro. Mas eu entendi o ponto dos Carijós, eles queriam dizer que era uma crítica ao cinema, a violência gratuita dos filmes americanos. E claramente você nota, os personagens falam com a câmera, com você que assiste.
Não tinha diálogos bons, não tinha enredo. O filme foi um remake idêntico ao filme de 1997, sem novidades, quadro a quadro igualzinho. Alguns dos Carijós dizem que lembra “Laranja Mecânica” e realmente tem um pouquinho de Alex, mas o problema é que o Alex do Laranja Mecânica nos cativa de uma forma diferente. Esses dois loucos não. Bem, como não sou capaz de escrever algo tão bonito quanto ao que li de um anônimo crítico de sites (nos comentários) vou colocar algo aqui:
"A família é posta a prova de seu amor incondicional, e tudo teria um fim agradável com bandidos sendo mortos em qualquer fita glamurosa Hollywoodiana. Mas estamos diante de uma fita angustiante e claustrofóbica; mas acima disso, provocadora e detentora de recursos metaligüisticos que faz com que sejamos usados como cúmplice das atrocidade cometidas. Se é divertido assistir pessoas sendo gratuitamente degoladas, amputadas, molestadas, como ocorre na safra americana de filmes de terror que faturam milhões mundo a fora, qual seria o mal de ver uma inocente família ser destroçada por dois delinquentes engraçadinhos? A resposta vem na obra mais crua, bruta e psicologicamente violenta que o cinema conseguiu fazer. Funny Games, seja o original de Haneke ou a refilmagem de Haneke, é obrigatório."
Concordo com o cara, é obrigatório e você DEVE asssitir. A minha nota só vai ser “Alta” pois como disse, o diretor conseguiu chegar onde queria, causando essa angústia no expectador, e sou muito fã de filmes que conseguem causar a intenção do diretor. (Fique claro, não estou dando a nota pelo filme em si, e sim para o diretor.) Alias, depois de assistir isso, acho que mereço uns pôneis, The smurfs, Turma da Mônica. Muito depressivo aquilo.