De cara podemos perceber que ao assistir esse filme entramos em um universo feminino. Independentemente de contra-atacar protestos (absurdos) de fãs do filme original de 1984, a direção de arte e fotografia não economizou na cor rosa, representando tudo que é mais forte e, ao mesmo tempo, frágil na representação das personagens, assim como da composição das cenas. Visualmente, ficou bastante evocativo, o que em algumas das cenas pareceu-me exagerado.
O roteiro não deixou a desejar: piadas e diálogos inteligentes que vem de uma narrativa bastante original, com suas próprias características e independente da versão de 1984. As homenagens realizadas a filmes (Scarface, Exorcista, entre outros) foram muito bem utilizadas. Contudo, há (excessivas) referências, cameos, personagens e monstros muito parecidos com as versões anteriores, o que demonstra talvez uma falta de criatividade neste quesito.
A narrativa também perde o foco muitas vezes, com seu ritmo lento e cenas descartáveis, e, assim, acaba divagando. As elipses em algumas cenas foram muito bem feitas e bastante sutis, porém, há cenas em que os furos temporais simplesmente não possuem explicação. Portanto, o filme poderia ter facilmente 30 minutos a menos.
Os efeitos visuais são ótimos e as cenas de ação são maravilhosas e bem desenvolvidas.
Em relação à atuação, a química das quatro atrizes faz toda a diferença, mas a personagem que se destacou em tela foi, sem sombra de dúvidas, Jillian (McKinnon), quem tira dos espectadores a maioria das risadas do filme. O personagem do belo, mas burro interpretado por Chris Hemsworth e o vilão (Neil Casey), contudo, simplesmente não convenceram em tela.
Algumas falhas pontuais podem dividir a crítica, em relação à composição do filme, mas na na sua maior parte, o filme funcionou muito bem.