Não dá pra falar de Hotel Transilvânia sem falar de sua dublagem nacional catastrófica, cheia de gags adaptadas que deixam a obra ridicula e forçada. Qualquer pessoa com um mínimo de discernimento vai perceber o quão falsas elas são no meio desses diálogos.
Dito isso, tenho que dar o braço a torcer: o filme realmente, fora essas coisas adaptadas, tem alguns momentos muito bons, e piadas engraçadíssimas. Porém, peca em diversos outros quesitos. O casal que tentam enfiar na guela não funciona NOT AT ALL, e, até para uma animação, falta química ali. Ou talvez nem tenha faltado a química, o desenvolvimento pode ter sido precário mesmo. O que prejudicou, e bastante, o resultado final.
Relevando o desastroso casal romântico, Conde Drácula é um personagem que segura a obra por completo, e inclusive na forma como apresenta os outros monstros, se destaca. Mesmo que seus coadjuvantes sejam fortes e pontuais, o principal ponto, que é ele, nunca é deixado de lado no roteiro (diante da falta de carisma do protagonista jovem do longa).
E embora tenha esses pontos positivos, bastante coisa vai por água abaixo quando o filme entra em seu arco final, e os roteiristas se mostram absolutamente preguiçosos, preferindo saídas fáceis e soluções descabidas, além de nunca, jamais, em momento algum, fugir de algum tipo de clichê, e, inclusive, evidenciando todos eles.
Hotel Transilvânia, com um ritmo aceleradíssimo durante todo o tempo, é um filme que diverte, e serve apenas pra isso mesmo: breve momento de descontração. Sendo assim, uma animação bastante desnecessária, que prometia muito - com essa premissa excelente -, e acaba entregando beeeem pouco.