Como nunca assisti o famoso desenho que "O Último Mestre do Ar" foi inspirado, o que direi aqui está isento de qualquer comparação entre filme e desenho. Não vi no cinema por ter suspeitado da qualidade do filme, só fui assistir em casa sem levar em consideração as diversas críticas e o que vi na tela foi uma catástrofe cinematográfica e por isso essa obra vai entre para minha modesta lista dos piores filmes que já assisti na vida. Vamos lá, são vários aspectos a serem considerados. O pouco que se salva no filme são os efeitos visuais, vou começar analisando essa característica. Os efeitos são bem feitos, mas ainda modestos para a tecnologia atual, pois senti que foram mal aplicados durante todas as cenas. Ficou evidente o uso exagerado de chroma key, sendo que muitos dos cenários poderiam ter sido filmados em ambientes naturais ou reais e apenas alguns elementos dos cenários em chroma key, ficaria mais equilibrada a sensação entre real e digital deixando o visual do filme mais verossimilhante no aspecto hiper realismo visual. Mas parece que a direção e produção do filme decidiram fazer quase tudo digitalizado, forçaram tanto a barra com isso, que apesar das paisagens serem belíssimas nenhuma delas pareceu realista o suficiente: tudo soa falso do início ao fim, tudo excessivamente computadorizado. Os poderes dos personagens parecem mais efeitos de jogos de video game, tudo soa muito digital e pouco realista. Em muitas cenas, os movimentos de luta e de manipulação dos elementos da natureza realizados pelos personagens são prejudicados pela maneira como o enquadramento das cenas foi realizado, prejudicando a performance dos atores. O câmera poderia ter explorado ângulos que valorizam cenas de ação com mais impacto e lutas mais emocionantes. Foi inevitável que eu comparasse o ângulo de cada cena com os filmes de ação e luta que eu cresci vendo, onde o Jack Chan foi em décadas um mestre absoluto sem qualquer uso de recursos de efeitos digitais e sem nenhum dublê onde ele criou cenas incríveis apenas com a performance corporal, lutas de alto impacto e ângulos que valorizavam as ações dos personagens, cenas que literalmente são convincentes e empolgantes até hoje. Os produtores de O Último Mestre do Ar poderiam pegar aulas com Jackie Chan, ou pelo menos assistir minuciosamente os melhores filmes dele para ter alguma noção de como fazer boas cenas de luta! Indico também Tony Jaa, Jet Li e o eterno "divisor de águas" de luta/ação, Bruce Lee. Fantasia, ficção e misticismo no mesmo filme onde apresenta conceitos similares ao budismo(reencarnação, avatar) , lutas de kung fu (Aang utiliza movimentos do kung fu para manipular os elementos), então as cenas de lutas entre personagens tão poderosos poderiam ter melhores, mas as cenas de luta ficaram medíocres e repetivas. Quanto a interpretação dos personagens, faltou profundidade nos diálogos, nos gestos e principalmente drama. A cara fechada, triste e inexpressiva do Aang deixa os diálogos cada vez mais entediantes e os diálogos não duram o suficiente para convencer o espectador. Como se não bastasse, o roteiro do filme força a barra com diálogos que explicam demais os fatos por trás da trama do Avatar Aang, deixando tudo muito chato, seria melhor se as cenas por si só já demonstrassem isso com flashs (flashback) de lembranças do Aang ou pelo menos com diálogos mais objetivos. Mas infelizmente, decidiram por uma narrativa pouco objetiva, muito prolixa e cenas de ação corridas e repetitivas, onde não há nada divertido, nada emocionante. Ficou difícil tentar se identificar com os conceitos que carregam os mestres dos elementos. Os personagens em geral não convencem e falta carisma ao protagonista. Esse filme foi catastrófico, desperdício de dinheiro e neurônios, aliás, parece que não se esforçaram muito em utilizar o cérebro para produzir essa fraca obra cinematográfica. Talvez crianças de três a seis anos de idade fiquem entretidos com um filme chato como esse, ou não...