A Marvada Carne é um filme de 1985, produzido por Cláudio Kanhs, da Tatu Filmes e dirigido por André Klotzel, em sua estreia com o pé direito nessa deliciosa comédia. Nhô Quim (Adilson Barros) perambula com seu cachorro, tendo dois sonhos: comer carne de boi e conseguir uma noiva. Carula (Fernanda Torres) é uma jovem ingênua de um vilarejo, onde reza todos os dias a Santo Antônio, pedindo que lhe arranje um marido. Para fisgar Nhô Quim, Carula diz que seu pai, Nhô Totó (Dionísio Azevedo), possui um boi que será consumido no dia do seu casamento. Seduzido pela oferta, Quim submete-se às diversas provações exigidas pelo sogro, descobrindo finalmente que o tal boi era uma mentira. Com uma família para cuidar, trabalho árduo e pouca renda, Nhô faz um pacto com o demônio e com o dinheiro desse arranjo muda-se para São Paulo em busca da carne de boi. Tudo é confuso na capital, a família se mete em peripécias até finalmente Nhô Quim roubar um bocado de carne em um grande supermercado e conseguir um churrasco comunitário, aberto aos vizinhos da periferia. O filme tem grandes influências cômicas de Amácio Mazzaropi, em alguns aspectos ultrapassando o humor caipira, inocente e astuto do mesmo. Interpretações com absoluto brilho de Adilson Barros, Fernanda Torres e Regina Casé. Ganhador de onze prêmios no Festival de Gramado, entrou em 2015 para a lista feita pela Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine) como um dos 100 melhores filmes brasileiros de todos os tempos. Fala de Nhô Quim : – “Era aquela mesmice de fazer dó. Farinha, feijão com arroz. Arroz, farinha, feijão. Era isso, a sol por sol, todo santo dia que Deus dava, e foi por esse tempo que arresorvi ir embora daqueles ermo. Na batida certa de duas coisa. Uma muié que cuidasse de mim, e cumê carne de boi.”