Guerra ao Terror é um filme angustiante com uma direção impecável e de baixo orçamento de Kathryn Bigelow. Trata-se de uma unidade de desmantelamento de explosivos composta por três soldados trabalhando em Bagdá. O roteiro escrito pelo ex-correspondente de guerra no Iraque, Mark Boal casa-se perfeitamente à direção. Filme tenso, eletrizante que empolga de maneira insensata. O líder da unidade, Sargento James (Jeremy Renner) é o responsável pelo desarmamento dos IEDs (artefatos de armamentos improvisados), construídos com materiais explosivos de maneira às vezes artesanais, pela população civil, por milícias e insurgentes, e que ficam camuflados no meio das ruas, nas estradas, tendo como alvos a frota americana. Em situações adversas, sem meios claros de saber o tamanho real do perigo, a unidade vive no fio da navalha, entre a vida e a morte. Várias participações especiais que dão vida a personagens são explodidos e literalmente vão pelos ares. Kathryn Bigelow não mostra o porquê da guerra, toma o partido dos soldados e se cola aos três homens, particularmente ao ousado James. A cinematografia é de extrema competência, dando-nos uma visão de ângulos detalhistas e, outras (vezes) amplos. O filme se detém na sobrevivência e não na moralidade, de forma realista como jamais filmado, demonstrando garra, pulso forte, competência e criatividade. Grande êxito de uma diretora única nessa temática árida dominada por homens. Venceu o Óscar de 2010, nas categorias, melhor filme, direção, roteiro original, montagem, edição de som e mixagem de som.