Único longa que conta com o astro Johnny Depp na direção, é também um filme muito interessante. E como não poderia deixar de ser, por se tratar de Depp, o filme é diferente e muito louco.
Nesse filme Johnny tem uma oportunidade pela qual, muitos diretores matariam para conseguir, que é a chance de dirigir, ninguém mais ninguém menos, que o gênio Marlon Brando, considerado por muitos o maior ator da história do cinema mundial.
Pois bem, o filme é dirigido,e protagonizado por Depp, que interpreta um índio americano, que, com sérias dificuldades financeiras, vivendo na miséria, acaba conhecendo uma sinistra organização criminosa, que oferece 50 mil dólares a sua família, caso ele aceite ser torturado morto pelos carrascos dessa quadrilha.
Com essa temática muito louca, o filme de certa forma, foi bem sucedido em sua proposta, que é a de mostrar a decadência das minorias nos E.U.A., e tudo ao qual eles tem de se sujeitar. Como drama familiar, o filme também funciona muito bem, pois mostra o relacionamento complicado de um pai, que mesmo amando sua família, se envolve em vários negócios ilícitos, com intuito de atenuar sua situação social, e acaba sendo um pai de certa forma ausente, um marido ruim, e o pior exemplo para uma criança se espelhar.
O grande problema do filme, está na inexperiência de Depp na direção, pois o filme não tem o Time ideal, e em alguns momentos ele é excessivamente vagaroso, enquanto outras questões importantes, ficaram por explicar.
No quesito atuação, Depp está bem, porém está distante de sua melhor forma, e passa ao público, em determinados momentos, a sensação de cansaço, ou de impaciência, por estar em duas frentes no mesmo filme (digo direção e atuação), mas nada que comprometa a sua atuação, ou o filme em si.
Marlon Brando, outro destaque do elenco, tem uma atuação apenas sutil, já estava em seu final de carreira, e não conseguiu ser o Brando que estávamos acostumados a ver. Porém, tem alguns diálogos bem interessantes com o personagem de Depp, além das expressões faciais que o definiram como o grande que foi.
O restante do elenco, traz artistas praticamente amadores, com exceção de um ou outro nome, mas em todo o caso, se esses não tem uma atuação magistral, estão longe de comprometer.
O desfecho do filme é bem interessante, e é também uma reflexão, do que somos capazes de fazer por amor a alguém. A fotografia é interessante, mas nos leva a crer que se trata de uma produção B, com dois grandes astros no elenco, o que torna tudo ainda mais interessante.
Em resumo, O Bravo é um filme diferente e inteligente, que vale a pena ser visto. Um trabalho que tem a cara de seu diretor, pena que ele não tenha se arriscado em outros longas, pois seria interessante ver sua evolução como diretor.
Nota:
7.5