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Cid V
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3,0
Enviada em 27 de junho de 2020
Em Portland, o adolescente Alex (Nevins) se vê imerso interiormente na morte acidental de um segurança perto de uma pista de skate conhecida como Paranoid Park. O detetive Richard Lu (Liu) vai até a escola interrogar os garotos skatistas. Oprimido por ter que manter o fato em segredo, Alex ainda tem que lidar ao mesmo tempo com a sepração dos pais e o assédio da namorada Jennifer (Momsen).
Mais em: https://magiadoreal.blogspot.com/2020/06/filme-do-dia-paranoid-park-2007-gus-van.html
"Estou fazendo a maior bagunça. Mas fique tranquilo, pois irei contar tudo." Esta é a frase que melhor define Paranoid Park . Trata-se de um grande quebra-cabeças, montado aos poucos e com sutileza pelo diretor Gus Van Sant. Os eventos ocorridos com Alex são mostrados de forma não-linear, sendo que a frase acima é dita pelo próprio personagem em determinado momento. Trata-se de um aviso ao espectador, para que saiba o que está por vir. Paranoid Park foge um pouco do estilo dos últimos dois trabalhos de Gus Van Sant, Elefante e Últimos Dias . O ritmo continua lento, mas não tanto quanto nestes filmes. Há cenas que lembram bastante Elefante , especialmente quando a câmera acompanha Alex andando pelos corredores de sua escola. Entretanto o formato deste é inteiramente diferente: enquanto nos anteriores Van Sant buscava mostrar um painel sobre o que acontecia simultaneamente com vários personagens, aqui é um fato ocorrido com um único personagem, com seu passado, presente e futuro mostrados fora de ordem. Isto o torna um filme intrigante, pois aos poucos são revelados pequenos detalhes que esclarecem o porquê de uma cena anterior ter sido daquela forma ou a atitude de algum personagem. É, como disse antes, um grande quebra-cabeças. Porém Paranoid Park sofre de um problema crônico do cinema americano: a necessidade de deixar tudo bem explicadinho, todos os pingos nos is. Nem toda história necessita de tantas informações sobre o destino de seus personagens, muitas vezes deixar dúvidas no ar é mais interessante para o filme como um todo e também para o próprio espectador, que pode discutir seus possíveis finais ao término da sessão. As duas últimas cenas têm por função apenas seguir este cacoete do cinema hollywoodiano. Não incomodam, mas são desnecessárias. Ainda assim trata-se de um filme muito bom, o melhor que Van Sant fez desde Gênio Indomável .
Sempre se privando de histrionismos ou megalomanias (pelo menos em seus melhores trabalhos), Gus Van Sant continua recriado e estudando toda a intenção do 'ser jovem' no século XXI. Aqui, o foco é em mostrar um sincero recorte de uma geração, ainda em formação, com suas incoerências, covardias e tédios. Um filme cheio de espaços vazios que busca entender como um acontecimento banal transforma - ou não - a vida de um jovem. Paranoid Park, então, sempre mantém seu olhar para o retrato de uma juventude, sem floreios ou estereótipos, que ainda não sabe o que quer e tem medo de dar passos longos. Com uma montagem inconstante, porém muito bem feita, a história de Alex deixa claro que ele é apenas um individuo que começa a vida agora, passível de erros, e ainda com tempo para cometê-los. As câmeras de Van Sant nunca fazem nenhum tipo de julgamento: aqui, preza-se principalmente a imparcialidade, e pra isso, claro que o cineasta iria usar e abusar de dilatação temporal, ou seja, cenas no filme que vão acontecendo dentro do mesmo período de tempo de quem assiste. Apesar de ser com uma frequência bem menor do que no grande filme de sua carreira, Elefante, não deixa de bater na tecla da representação de como a vida é, por si só.
Gostei bastante da fotografia e da direção, ficou com cara de filme independente. Nem sabia que era o mesmo diretor de Gênio Indomável quando vi. O que não me agradou foi ele terminar sem concluir a história. spoiler: Talvez não fosse objetivo do diretor incluir no enredo uma investigação pra saber quem matou o guarda do trem e qual seria o destino do garoto. Não fosse isso daria um 4,5/5 pq o filme é realmente muito bom. A trilha sonora é perfeita! Os atores, a maioria iniciante, se encaixaram bem em seus papéis, já que eles tbm eram skatistas na vida real, portanto não precisaram de tanto esforço. O forte do filme realmente é a fotografia e direção. Roteiro bem superficial e nenhuma cena de grande atuação, muito por conta do elenco ser formado por iniciantes, o que faz total sentido pra proposta do longa.
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