Imagine a seguinte cena: você está na praia e entediado começa a construir um castelo de areia. Sem perceber, já se passou um bom tempo e quando você, ao terminar a realização de sua obra de arte admira sua maravilha arquitetônica, de repente passa um moleque chato e destrói todo seu trabalho pisando em cima dele.
Antes de alguém me perguntar se eu fiquei louco, quero dizer que é mais ou menos assim que eu me senti assistindo este filme.
Paul Armstrong (Sean Connery) é um professor de direito que não advoga há 25 anos. Chamado para defender um jovem negro que está no corredor da morte na Flórida por supostamente ter assassinado e estuprado uma jovem, aceita o caso e começa a coletar provas. Durante a investigação, Armstrong descobre elementos reveladores que podem subverter o julgamento. Aí coisas acontecem...
Voltando ao castelo de areia... O diretor Arne Glimcher constrói com habilidade uma premissa interessante, o roteiro flui que é uma beleza até que de repente o lado investigativo deixa lugar para a ação e aí uma manada de moleques chatos destrói o castelo de areia. É uma pena porque Sean Connery interpreta com o charme de sempre e Laurence Fishbourne dá sua ótima contribuição. Poderia ter sido um filme sem muita ação porém interessante e que aprofundasse as questões psicológicas dos personagens, mexendo mais com os sentimentos do espectador, como o recente e ótimo "Luta por justiça", só para dar um exemplo, que trata um tema parecido.
Mas o diretor optou por fazer outro tipo de filme.
Nota 8 para a primeira parte e 4 para a segunda. Fazendo a média, um filme que se salva do fracasso, mas que com certeza não é nada de excepcional.