Sinédoque, Nova York é um filme para poucos. Uma ambiciosa primeira empreitada na direção do premiado roteirista Charlie Kaufman, uma história sobre busca da identidade, sobre o efeito devastador do tempo nas pessoas, e, principalmente, sobre a interminável busca do artista pela perfeição. Um filme de difícil compreensão à olho nu, por sua narrativa aleatória e recheada de labirintos e enigmas, em uma trama aparentemente simples, mas que carrega um peso dramático com significados dos mais variados, ao final fazendo uma série de comentários sociais e distribuindo mensagens ambíguas, abertas para variadas interpretações...Como disse, não é um filme para qualquer um, se você estiver esperando um entretenimento de fácil compreensão, com tudo mastigado, com personagens alegres e final feliz , passe. Sinédoque é uma obra dura e crua, um filme forte que serve quase como uma experiência sensorial mesmo, que acompanha as várias desventuras tragicômicas de um pretensioso diretor teatral interpretado com absoluta maestria pelo grande Phillip Saymour Hoffman(que, infelizmente, já nos deixou faz poucos anos), esse é aquele raro tipo de longa que entra na seleta categoria de ''Épico Intimista'', sendo uma história de jornada de um único personagem, em set pieces absolutamente contidas, mas ao mesmo tempo conseguindo ser uma odisseia magnifica da condição humana. É difícil definir este filme como outra coisa que não seja Obra-prima, é uma verdadeira cartada de mestre de Kauffman, mais uma obra de arte introspectiva e tocante deste genial realizador. NOTA : 10 / 10