Existe uma categoria de filmes queé aquela em que não se consegue imaginar qual foi o motivo para que alguém seinteressasse em produzir determinado roteiro. Pois "Livre para voar" está nestacategoria. A história do filme é totalmente desconexa, sem sentido algum e recheada dosvelhos clichês de Hollywood, apesar de ter sido produzido pela BBC. A rapidez naexplicação sobre como o personagem de Kenneth Branagh encontra o de Helena Bonham Carterjá demonstra bem o que quero dizer (não importa como eles se encontraram, mas sim o queeles farão juntos - ao menos é isto que imagina o roteirista).Tirando o roteiro e seus defeitos, o filme tem até umaqualidade: a boa atuação de Helena Bonham Carter. Ela e Branagh conseguem ao menossegurar o filme até seu final, muito mais pelo carisma de ambos, que tornam seuspersonagens até mesmo simpáticos para o público, do que pela história propriamentedita. Branagh ainda comete o pecado de fazer seu personagem de maneira muito infantil, masHelena até impressiona em sua atuação em plena cadeira de rodas. No final das contas,"Livre para voar" é um filme assistível graças a eles. Mas ainda assimcontinua sendo dispensável.