Todo Mundo em Pânico 5: Crítica AdoroCinema

A série Todo Mundo em Pânico sempre se aproveitou do sucesso alheio, o que neste caso não é demérito algum. Afinal de contas, qualquer paródia que se preze busca fazer rir a partir dos ícones do objeto ridicularizado, muitas vezes exagerando-os ao máximo. Além de explorar os filmes de terror - um universo que, aos poucos, foi ampliado para os filmes de sucesso, independente de gênero -, a série tem como marca registrada o uso de piadas apelativas, muitas vezes envolvendo escatologia e o lado sexual. Apesar delas, a série manteve uma certa criatividade enquanto os irmãos Wayans estiveram no comando da franquia. A partir do terceiro filme, quando eles abandonaram o barco, tudo foi por água abaixo, filme após filme. Todo Mundo em Pânico 5 confirma a decadência absoluta da série, com piadas tolas que ressaltam não apenas a falta de criatividade dos roteiristas mas também de bom senso. É difícil crer que alguém, em um dia de muito bom humor, possa achar graça de certas cenas.

O alvo prioritário do filme é a série Atividade Paranormal, especialmente a fixação de seus personagens em filmar absolutamente tudo que acontece com eles. Entretanto, há também citações a Mama, A Morte do Demônio, Cisne Negro, A Origem, O Segredo da Cabana, A Hora Mais Escura, Planeta dos Macacos - A Origem, 127 Horas, O Dia em que a Terra Parou e outros tantos sucessos – até mesmo Cinquenta Tons de Cinza entra na lista. Um mérito que o filme tem é o esforço em criar uma certa trama base, através da qual seja possível inserir as paródias ao longo do filme. É bem verdade que trata-se de um fiapo de história, muitas vezes calcada em elementos da própria série Atividade Paranormal (quem viu os filmes conseguirá reconhecê-los), mas ao menos existe algo que busque dar uma certa lógica ao que acontece.

Tudo começa com uma cena envolvendo Charlie Sheen e Lindsay Lohan. Intepretando a si mesmos em um quarto repleto de câmeras de vídeo, ambos demonstram bom humor ao brincar com as mazelas que carregam em suas vidas pessoais, numa espécie de autoparódia que ameniza o ridículo de certas situações – a ginástica na cama é algo inacreditável. Não demora muito para que saiam de cena e deem espaço aos verdadeiros protagonistas: Ashley Tisdale e Simon Rex. É a partir daí que o filme degringola de vez, com uma sucessão de “piadas” apelativas e grosseiras que, ao invés de fazer rir, provocam asco.

Repleto de efeitos intencionalmente toscos, para ressaltar de forma escancarada o quão ruim é tudo que cerca o filme, Todo Mundo em Pânico 5 é de longe o pior filme da série. Veja por sua conta e risco.