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    Antes que o Diabo Saiba que Você Está Morto
    Críticas AdoroCinema
    5,0
    Obra-prima
    Antes que o Diabo Saiba que Você Está Morto

    O INFERNO É AQUI

    por Roberto Cunha

    O que leva uma pessoa a cometer certos atos? Por que tomamos determinadas atitudes? Antes que o Diabo Saiba que Você Está Morto aborda esse tema e vai até às últimas conseqüências.

    O diretor Sidney Lumet é um veterano. No currículo, filmes memoráveis e alguns que cairão no esquecimento. Com várias indicações ao Oscar, só em 2005 recebeu um prêmio da Academia pelo conjunto de sua obra. Em casa, o diretor dos cultuados Serpico e Um Dia de Cão tem um Globo de Ouro por Rede de Intrigas e um Urso de Ouro pelo clássico 12 Homens e uma Sentença. Agora, do alto dos seus mais de 80 anos de idade, Lumet realiza um filme forte e nivelado com recentes produções que mexeram com as cabeças pensantes que freqüentam as salas escuras.

    Protagonizado por Philip Seymour Hoffman (Capote, Missão Impossível 3) e o outrora "mais um rostinho bonito de Hollywood" Ethan Hawke (Dia de Treinamento), o roteiro do estreante e ex-seminarista Kelly Masterson leva você numa viagem às profundezas da alma humana. O elenco conta ainda com o auxílio luxuoso de Albert Finney (O Ultimato Bourne) e também Marisa Tomei (Baila Comigo) em tórridas cenas de sexo logo no início. Marisa, para o desespero das siliconadas, mostra mais de uma vez que é possível se manter sensual depois dos 40 e sem ajuda do bisturi. A nudez - aparentemente - gratuita pode causar certa estranheza. Contudo, nota-se que a idéia era mostrar diálogos totalmente despojados de qualquer tipo de glamour.

    Os personagens são de uma crueldade ímpar e é quase impossível não se surpreender com a trama. Falar mais sobre ela é cortar o barato das descobertas e do mergulho interior. Existe perdão sem o amor? Seria ele condição indissociável para se obter ou conceder o perdão? É possível perdoar sempre que se ama? As respostas você encontra em 117 minutos, salpicados de crimes, sexo, drogas e rock'n'roll. Nessa história quase rodrigueana, destaque para um pequeno detalhe de como, às vezes, uma simples mudança nos planos pode acarretar conseqüências desastrosas. E as cenas de Hoffman no auge da alucinação, sentado, divagando sobre sua vida e depois, se vendo no corpo de outro homem são densas e profundas. Bem-vindo ao inferno.

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