Não se engane pelo trailer. Temos Vagas promete algo que nunca cumpre: bons sustos e uma história razoável. No filme, David (Luke Wilson) e Amy (Kate Backinsale) voltam de uma festa por uma rodovia praticamente deserta, depois de o homem ter decidido pegar um "atalho". Após um problema no carro, eles param em um posto de gasolina abandonado (POR QUÊ???) e encontram um "mecânico" disposto a ajudar sem cobrar nada em troca. Após apenas alguns metros, o carro pifa de vez e eles se vêem obrigados a voltar a pé ao posto, procurando o suposto mecânico, que já não estava mais lá. Sem sinal no celular, decidem, então, passar a noite num hotel sem hóspedes, que tem um gerente um tanto quanto estranho. Depois de se acomodarem no quarto "Lua de Mel", David coloca algumas fitas no videocassete e descobre que esse hotel é mais perigoso do que eles imaginavam: pessoas foram assassinadas naqueles quartos, e filmadas por assassinos sádicos.
Agora, vamos às questões: primeiro: por que pegar um atalho por uma estrada que você não conhece? Segundo: se você está passando por uma rodovia que não conhece, e seu carro começa a apresentar barulhos estranhos, por que você procura um posto de gasolina abandonado, à noite, para que uma pessoa que você nunca viu mexa no seu carro sem cobrar nada? São esses absurdos que esse roteiro mínimo quer que acreditemos.
A primeira metade do filme é até interessante. A crise do casal soa convincente, graças à atuação de Kate Beckinsale, já que seu marido na trama não consegue muito mais do que umas caretas de dor. Mas depois disso, somos brindados com aquelas cenas onde falamos: "O que você vai fazer aí, imbecil?", "Sai daí, ele vai te matar!". É o cúmulo da paciência.
É o filme de estreia do diretor norte-americano Nimród Antal, que em seguida viria a dirigir o também fraco "Predadores". É uma direção básica, sem floreios, como um suspense qualquer.
Apesar de possuir boas cenas de ação e ter uma certa dose de tensão, o filme não consegue segurar as pontas por seus curtos 85 minutos de duração. Quando um filme tão curto nos faz olhar para o relógio e nos perguntarmos se falta muito, é porque nosso interesse nele já morreu. Uma pena, pois o trailer é melhor que o filme. Esquecível.