Salvador Puig Antich foi militante político e assaltante de bancos em plena ditadura de Franco. Delatado por um integrante de seu grupo, Salvador sobreviveu à emboscada na qual foi capturado, apesar de ter recebido vários tiros. Na luta matou também dois policiais. Encarcerado, passa a contar com a ajuda de um advogado ligado a seu grupo, que tenta livrá-lo da prisão ou, na pior das hipóteses, evitar sua pena de morte. Todo filme que busca abordar a vida de uma personalidade é um pouco didático. "Salvador" não foge disto e cumpre bem esta função. Um pouco mais da metade do filme é usada para apresentar quem é Salvador, seus ideais de vida, como é seu grupo e os assaltos que realizam, a perseguição que sofre, sua vida na prisão. O restante é usado para mostrar a preparação para a pena de morte, que é quando o filme cresce bastante. A espera chega a ser angustiante, pois é mostrada passo a passo: a luta nos tribunais, a tentativa de conseguir o perdão, a visita das irmãs, a espera até o momento de se encaminhar ao local onde será morto, a ida propriamente e, enfim, a morte. Chega a lembrar um pouco "Dançando no Escuro", quando a personagem de Björk se encaminha para a forca, mas sem tanta intensidade. Vale destacar também a boa atuação de Daniel Brühl, que está se tornando uma estrela do cinema europeu. A desenvoltura no espanhol chama a atenção, principalmente pelos seus filmes anteriores que chegaram ao Brasil serem em alemão, mas a verdade é que esta é apenas uma nova face exibida pelo ator. Brühl é espanhol de nascimento, mas antes de "Salvador" não havia atuado em filmes de seu país-natal. Bom filme.