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SERGIO LUIZ DOS SANTOS PRIOR
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293 críticas
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2,5
Enviada em 9 de fevereiro de 2012
O diretor Beto Brant radicalizou. Após filmar o excelente "O INVASOR", voltou as suas câmeras para um projeto que discute o papel do crítico (no caso, teatral, mas poderia ser aplicado à qualquer outra forma de arte, inclusive cinema), da beleza e da sexualidade. Antonio (Marco Ricca) é um crítico teatral que escreve para um jornal de grande circulação. Por sinal, trechos de peças são exibidas para, mais tarde, ou serem execradas ou elogiadas pelas colunas de Antonio. Este é um sujeito solitário, intelectualizado até o último fio de cabelo de seu corpo. Não há necessidade de se entender de mecanismos de defesa psicológicos para se presumir que Antonio seja um homem cercado de racionalizações por todos os lados. Entre um assédio de uma atriz que anseia por um elogio do crítico e conversas de botequim que mostram a vida como ela é, Antonio vai tomando o seu uisquinho e levando sua vida. As coisas tomam um rumo quando ele encontra Inês (Lilian Taublib). A racionalidade de Antonio cai por terra. Uma paixão cega o domina, gerando ciúmes injustificados e exacerbados. Inês não tem uma das pernas. Será a paixão pelo inusitado que domina Antonio? Será a paixão pelo que falta, pelo diferente, pelo presumível sofrimento de Inês? Eles mantém uma relação sexual no apartamento dela. Aliás, Inês é modelo do pintor mexicano José Torres Campana (Felipe Ehrenberg). É sobre ele que a fúria dos ciúmes de Antonio irá recair. Dias depois, já com um nível alcoólico razoável, para dizer o mínimo, Antonio vai ao apartamento de Inês de madrugada e força uma relação sexual. Eis o crime a que o título faz referência. Ela denuncia Antonio por estupro. Beto Brant, que se baseou numa obra do carioca Sergio Sant´Anna, conseguiu fazer com que a audiência não tenha uma idéia precisa, um julgamento claro sobre o "crime" ocorrido com Inês. Filme memorável que certamente não irá agradar a todas as platéias; é um filme que não tem a mínima intenção de se tornar um blockbuster de bilheterias, mas pega-nos pelos cérebro e pelas partes baixas também.
Excelente filme. Foge ao padrão de filmes anteriores de Beto Brant, porém, mesmo sendo mais calmo e parado, é dotado de profundas reflexões, fugindo da monotonia do cotidiano. Um filme sobre a arte, o teatro, o amor e, principalmente, o homem.
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