A historia de um homem que se livra de todas as amarras sociais para se encontrar com o seu mais único e primordial instinto humano, para assim buscar respostas não apenas sobre si mesmo, mas sobre a vida, tal teor faz de "Natureza Selvagem", alem de ser um filme marcante e importante, o mesmo é muito interessante, embora abordagem não seja nova, tal visceralidade presente no longa é unica. Seu roteiro é adaptado a uma historia real e segue uma timeline bagunçada, acontece algumas quebras de ritmo e repetições de reflexões, mas a trama é bem contada e bem desenvolvida, personagens incríveis, únicos e extremamente tridimensionais são apresentados em questões de segundos, lotado de ótimos diálogos e monólogos incríveis, o excesso de carinho e cuidado fazem do roteiro algo grande dentro do filme. Contemplem a historia de Christopher McCandless (Emile Hirsch), um jovem classe media, recem aprovado na faculdade que decide abandonar a sua vida e partir para uma aventura, vivendo da natureza e fazendo pequenos trabalhos, Christopher McCandless (Emile Hirsch) busca se auto conhecer. "Mais que o amor, o dinheiro, a fé, a fama, a beleza me dêem a verdade. A verdade nos torna livre e deixa as pessoas livres!" Tal frase dita no longa pode ser usada para personificar a moral do filme, tudo aquilo humano é dispensável para Christopher, pois isso o prende dentro de um sistema o impossibilitando de se conectar consigo mesmo e com a natureza, isso é exposto diversas vezes no filme -Como na cena do abrigo por exemplo-, Christopher, de maneira completamente involuntária e despretensiosa entra e muda a vida de todas que interagem com ele, mesmo que seja por breves momentos, pois todos conseguem vislumbrar o "eu" verdadeiro presente em Christopher, e quando o mesmo diz que a "A felicidade só é verdadeira quando partilhada" ele não se refere a relações sociais, pois para o mesmo a felicidade não está ai, e a compartilhação vem com o mundo. Tecnicamente "Na Natureza Selvagem" é épico, se utilizando de dezenas de técnicas visuais em suas duas horas e meia o filme parece ser bem maior do que é, mas não pelo aspecto negativo, pois o longa não é cansativo, mas sim pela quantidade de reflexão passada, com uma fotografia fria mas bela, uma boa mixagem de som, uma montagem que contrapõe um ritmo lento com acelerado não deixando o telespectador cair na monotonia, e claro, sua trilha sonora, que alem de linda, dar ritmo e se encaixar perfeitamente a película, ainda não é de graça, pois todas as canções refletem momentos do filme e suas letrar conversam com Christopher e o telespectador. O ator Emile Hirsch, alem de ser extremamente parecido com o Christopher McCandless real, manda bem no filme, o mesmo aparenta no inicio que não vai conseguir segurar a carga dramática que o filme pede, mas é só na impressão, com seu jeito irreverente e seus delírios, Emile manda bem e segura o tranco, nada alem disso, salve um destaque para os atores coadjuvantes que estão todos maravilhosos. O diretor Sean Penn, que é mais conhecido por atuar, faz um grande trabalho de direção, infelizmente seus outros filmes são fracos e o mesmo não dirige nada a 10 anos, mas sabemos que talento tem. Por fim "Na Natureza Selvagem" é um filme não inovador, mas mesmo assim único.