A contemplativa , poética e visceral visão dos irmãos Coen ao envelhecimento, “Onde os fracos não tem vez” fala sobre a degradação social, a perca de valor e a derrota contra o tempo, talvez você veja apenas dois homens se caçando e nem perceba que o protagonista do filme é Ed Tom Bell (Tommy Lee Jones), um xerife perdido com o avanço da criminalidade e assassinato dos bons costumes, Coen nos mostra o extremo do clichê em seu western contemporâneo, mas ele faz isso com uma beleza magistral. O filme conta a historia de Ed Tom Bell (Tommy Lee Jones), um xerife texano da década de 80 que se vé a procura de Llewelyn Moss (Josh Brolin), um típico caçador que se se depara e rouba uma sacola cheia de dinheiro da cena de um crime, mas seu azar é que o completo psicótico Anton Chigurh (Javier Bardem) que transforma o caçador em presa. O roteiro é confuso ao criar uma trama tão aguçada e atrativa que nos apaga completamente do real sentido e moral do filme, não me leve a mal, eu adoro a caçada e acho magistral o jeito como a mesma é regida, mas talvez até o mais atendo do telespectador acabe o filme com o sentimento de ter sido traído, e todas as vezes que o roteiro tenta se usar de metáfora destoa completamente do clima do filme que o mesmo cria, além de serem destoantes e desconexas são para criar um contexto que já existe mas poucos perceberam, ou seja, o roteiro é tão inteligente e fechado nele mesmo, que ele tem vida própria a um ponto que ele escolhe contar a historia atrativa e afoga sua moral. Entre outras criticas contidas na película temos a critica a diversidade étnica, a degradação social em prol da violência, a ganancia á perca de identidade, a submissão em prol da ganancia, e principalmente, a perda de força para o tempo que com sua renovação cria um terra a onde os fracos não tem vez. O grande trufo técnico do filme são suas câmeras, seus ângulos são completamente perfeitos, o filme não precisa de dialogo pois a câmera dialoga constantemente com o telespectador, ela nos guia, nos mostra o caminho , como devemos seguir, o que devemos observar, os irmãos Coen fazem realmente da câmera uma porta para o cinema neste filme, apesar tambem de ter uma boa fotografia com uma paleta mais vermelha, uma espetacular edição e mixagem de som, pois o som no filme é algo muito importante, a chave do carro batendo na ignição é audível , e isso é admirável e essa magnifica mixagem de som abafa o fato da ocultação da trilha sonora. Todas as atuações da película são muito boas, mas não podemos deixar de falar de Javier Bardem, que interpreta um psicótico sem expressar um sentimento qualquer, sua atuação é de gelar, diferente de todas as grandes atuações de psicopatas, Javier é autentico, ele é calmo, ele transmite terror, medo e insegurança ao telespectador, e sua atuação é o que ajuda, e muito no ritmo do filme. Por fim, temos um ótimo filme, que tem um ótimo roteiro, que se confunde nele mesmo, e eu acho precária a transposição do filme para I980, e seu final é desnecessário, ele não é errado ou cruel, ele tenta ser metafórico e fracassa, ele se perde no que quer falar, e 80% das pessoas se sentirão traídas pelo filme ao terminar, embora a mim foi compreensível, é desnecessário, mas mesmo com esses problemas temos o que é pra mim a melhor faroeste contemporâneo, além de um filme com ótimas atuações, excelentes recursos técnicos, atrativo, contemplativo e lindo.