Piranha 3D: Crítica AdoroCinema

Quando James Cameron veio à público para criticar o uso do 3D em Piranha 3D achei algo extremamente deselegante, até por se tratar do maior incentivador do formato em Hollywood e por ter comandado – por mais que hoje em dia finja que não – um dos filmes da série, no caso Piranha II - Assassinas Voadoras.

Mas agora está tudo explicado. Justamente por ser um defensor da tecnologia, Cameron não poderia jamais ficar contente com os rumos escolhidos por este longa, que usa o 3D não como parte da trama, mas como instrumento para criar cenas bizarras e desconexas que utilizam o formato apenas para jogar algo na cara do espectador.

Este tipo de uso do 3D é justamente aquele que deve ser evitado por dois motivos principais: 1) não acrescenta nada à linguagem cinematográficas; e 2) remete à um período em que o formato era utilizado apenas para dar sustos, como é o caso dos filmes 3D dos anos 70 e 80.

O principal mérito de Piranha 3D é abraçar sem restrições sua veia trash, inclusive bolando uma premissa ainda mais surreal do que a presente em Piranha (1978), mas o grande problema é que erra ao pensar que só porque um filme é assumidamente trash ele não precisa desenvolver uma trama que agrade ao espectador.

Após um forte terremoto é aberta uma fenda no Lago Victoria da onde saem milhares de piranhas selvagens tidas como extintas. Os animais, então, passam a procurar alimento, sendo beneficiados pelo fato da cidadezinha à beira do lado estar lotada de estudantes norte-americanos celebrando as férias de primavera (spring break).

Em meio a tudo isso, o delegado Fallon (Ving Rhames), a xerife Julie (Elisabeth Shue) e um grupo de especialistas tentam salvar a cidade e seus turistas.

Como podem ver tudo parece tirado de Tubarão. Mas o clima criado por Steven Spielberg, a trilha de John Williams, as atuações de Roy Scheider, Robert Shaw e Richard Dreyfuss, nada disso será encontrado em Piranha 3D. Na verdade, a atuação de Dreyfuss até está presente, na medida que o ator faz uma participação no longa, mas longe de merecer qualquer destaque. O mesmo pode ser dito de Christopher Lloyd, que no papel do exótico especialista em peixes não chega nem à despertar curiosidade.

No final das contas, o filme servirá ao menos para o público masculino se esbaldar com o cardume de beldades presentes no mesmo, com destaque para as belas Kelly Brook, Riley Steele e Jessica Szohr.