A Rainha, filme dirigido por Stephen Frears, indicado ao Oscar de 2007 Melhor Filme e em mais 6 indicações.
Quando eu era adolescente em 1997, com meus 13/14 anos, foi quando passei a assistir a MTV e entrar em contato com a cultura POP mundial, seja música, filmes, política, comportamento social e por aí vai. Eu tinha uma visão ainda bem simplista da sociedade britânica, mas nos telejornais sempre ouvia falar da Princesa Diana, do Príncipe Charles, do Príncipe William e a rainha Elizabeth.
Foi num jogo de futebol na Globo, acredito eu da seleção brasileira, que ouvi Galvão Bueno dar uma notícia que acabara de chegar, a Princesa Diana havia sofrido um grave acidente automobilístico com seu namorado Dody Al Fayhed, fugindo de Paparazzis, tão famosos na época.
Durante o resto daquele ano a repercussão da morte de Diana foi maciça nos canais de comunicação aqui no brasil, ou seja, sua reputação precedia seu local de origem e alcançou o mundo inteiro, vi muitas reportagens e programas especias sobre a vida e obra da Princesa do Povo, verdadeiramente uma mulher de espírito humilde.
Ver um filme que retrata esta história é muito gratificante, pra mim que viu apenas as notícias, mas não conhecia certos detalhes, me surpreendi muito com a história do filme.
Frears é um ótimo diretor, soube focar nos personagens com seu jogo de câmera, e nos deu uma narrativa visual da família real sem deixar de dar protagonismo pra nenhum membro dela.
Apesar do filme se chamar 'A Rainha', o filme não foca totalmente nela, temos muito destaque para o primeiro-ministro Tony Blair, e um destaque maior ás cenas de arquivo com passagens e entrevistas da Princesa Diana. O filme focou muito na família real como um todo e em Tony Blair, em seu primeiro desafio como primeiro-ministro inglês, tendo que lidar com A Rainha que ainda não dava créditos totais ao seu novo primeiro-ministro eleito pelo povo em feito inédito. Na minha opinião, somente neste ponto o filme se perdeu no foco.
Temos Helen Mirren como A Rainha Elizabeth II, Helen fez um dos seus melhores trabalhos no cinema, encarnou de uma maneira magistral A Rainha britânica, todos os trejeitos, os olhares, a forma de andar, de se portar, e os tratos com os empregados, a forma como lidava com seus subalternos, Helen nos presenteou com uma interpretação digna de Oscar, que foi o que aconteceu, levando a estatueta de Atriz naquele ano por este filme, muito mais do que merecido e com certeza imbatível.
Quem me surpreendeu muito foi Michale Sheen como Tony Blair, outro que incorporou muito bem o personagem, quem conhece o verdadeiro Tony Blair de ver nos telejornais, vai reconhecer que não há diferença entre Sheen e Blair.
Sheen incorporou mesmo, a semelhança entre os dois é gritante, e Sheen praticamente foi um gêmeo de Tony Blair, com muita presença de cena e uma postura singular para passar a serenidade que Tony Blair sempre demonstrou. Merecidamente indicado á Ator Coadjuvante no Bafta.
Outro que se destacou foi Robin Allan como Robin Janvrin, assistente da Rainha Elizabeth II, teve uma interpretação precisa e coesa, como muita personalidade e profissionalismo. Temos James Cromwell no filme como Marido da Rainha, porém sua interpretação é mais simples, sem nada que o destaque.
A trilha sonora é de Alexandre Desplat, que concorreu no Oscar, é ótima, densa e principalmente intrigante, colocada certamente em cenas chaves, criando uma atmosfera de tensão nos momentos dramáticos do filme.
Vale destacar a Direção de Arte do filme (com envolvimento do ator Matthew Broderick) de dar inveja a muitas produções por aí, totalmente impecável. A Fotografia do filme também é ótima, como ótimos tons de luminosidade, e o destaque maior para o Figurino e Penteado do filme, soberbos, merecem nota 11 de tão perfeitos que estavam.
Para completar, o filme venceu o Bafta de Melhor Filme, e no Globo de Ouro levou o prêmio de Melhor Roteiro.
Helen ainda foi premiada como Melhor Atriz tanto no Globo de ouro, como no Bafta.