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SERGIO LUIZ DOS SANTOS PRIOR
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293 críticas
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2,0
Enviada em 9 de fevereiro de 2012
Aura, do ponto de vista médico, é um conjunto de fenômenos que precedem uma crise convulsiva de um indivíduo epilético. Ele pode sentir frio, calor, vômitos e também - o que é mais relevante para o filme que ora analisamos - ter alucinações auditivas e visuais. Esse preâmbulo didático feito, tenho de explicar que o protagonista do filme, Esteban (o excelente Ricardo Darín) é um taxidermista meticuloso (outra característica de personalidade do epilético) que vive em Buenos Aires. Seu sonho é realizar um crime perfeito. Quando ele vai a um banco com um amigo, ele dá todos os detalhes necessários para que o assalto desse certo. Esse amigo o convida para um final de semana dedicado à caçada de alces na Patagônia. Esteban reluta inicialmente, mas ao se aperceber que a esposa o deixara, concordou em viajar para o sul da Argentina. O grande planejador de crimes ao pegar numa arma para matar um cervo, por engano, acaba por matar no meio da mata o dono da casa em que ele estava hospedado. O nome do assassinado: Dietrich. Não, não era Marlene, muito pelo contrário, maltratava a esposa e tinha elaborado um plano para o assalto de um carro forte que levava o dinheiro do cassino da região. Como o plano estava delineado no papel e caiu nas mãos de Esteban, pronto, aí estavam todos os ingredientes para que o sonho do nosso taxidermista se tornassem realidade. Com relação a aura epilética, o diretor e roteirista Fabían Belinsky, que infelizmente faleceu de infarto quando estava promovendo o filme em São Paulo, tomou a liberdade artística de colocar os momentos que precediam a crise convulsiva como os de total liberdade na vida do nosso protagonista. Não haveria indecisão, dúvida, detalhe, simplesmente um momento de profunda liberdade. Um thriller psicológico de primeira grandeza, realizado com maestria e por um diretor que conhecia a linguagem cinematográfica como ninguém. Outro filme de Bielinsky que está nas locadoras é "9 RAINHAS". Não percam nenhum dos dois.
A Aura é um triller psicológico como a muito tempo não via, sobretudo no cinema argentino. Cinema aliás, de primeira grandeza.Ricardo Darín está completamente diferente neste filme na pele de Esteban Espinosa, um taxidermista calado, tímido e epilético. Darín constrói um personagem cheio de nuaces sutis, que ás vezes te dá pena, outras vezes te dá raiva. O roteiro de Bielinsky vai te envolvendo aos poucos, a narrativa do filme é lenta, com poucos diálogos, as vezes até cansa, mas tudo foi meticulosamente pensado para envolver o espectador na história até o climáx do filme. A atuação de Darín é soberba e ele conduz o filme com maestria.Bielinsky faz de Aura um filme diferente de Nove Rainhas(seu outro trabalho) mas com a mesma quualidade e tão bom quanto. Recomendo!
A alusão da aura pré epiléptica com a incapacidade de decidir que acomete seres humanos em vários momentos da vida foi fenomenal. Quantas pessoas não desejariam se desvencilhar de responsabilidades se assim pudessem?
Aura é um filme sobre um taxidermista -- uma pessoa dedicada a empalhar animais -- que é seguro sobre sua profissão e sobre como faria um assalto a banco, mas inseguro sobre todo o resto: não mataria um animal a sangue-frio na floresta, não consegue se relacionar com sua esposa, não entende como falar a verdade pode ferir pessoas. A grande lição do filme é como as coisas na teoria podem ser de um jeito, mas na vida real, os tons são infinitamente mais complexos. Seu título remete à situação de alguém que sofre de epilepsia, que de acordo com o protagonista, é um estado onde não há opção do que fazer, e isso é, de acordo com ele, perfeito por não haver escolha a se fazer.
Mais um trabalho primoroso do cinema argentino. A trilha sonora muito intensa envolve o espectador pra mais tensão à narrativa. Chama a atenção como o diretor é pontual e acertivo em suas escolhas de takes e o trabalho de camera sempre auxilia a construção do olhar do espectador junto com o protagonista, pois Darín faz um personagem taciturno e muito observador, pegando as brechas para se infiltrar na trama muito simples e muito bem trabalhada. Tudo muito bem feito sem ser burocrático e com uma boa dose de diálogo com a platéia! Ótimo filme
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