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    Madagascar 2
    Críticas AdoroCinema
    4,0
    Muito bom
    Madagascar 2

    E a aventura continua

    por Roberto Cunha

    O primeiro filme Madagascar faturou horrores mundo afora, está entre as 100 maiores bilheterias nos Estados Unidos, mas nunca conseguiu um lugar - realmente - de destaque no mundo da animação movida a computador. O motivo é a concorrência de pesos-pesados como Toy Story, Procurando Nemo e Shrek, com personagens carismáticos e ao mesmo tempo densos. Contudo, Madagascar 2 vem cheio de boas intenções. E a brincadeira começa antes do filme, na logomarca da DreamWorks, com os pingüins liderados pelo "alucinado" Capitão, pregando uma peça no garoto sentado na lua.

    Para procurar aproximar mais os personagens que agradam as crianças, possuem lá "um certo charme", mas não emplacam com o público menos infantil, eles voltaram no tempo com Alex (leão), Marty (zebra), Gloria (hipopótamo) e Melman (girafa), todos filhotes. Assim, você vai saber como Alex foi parar no zoológico de Nova York. E se embrenhar mais nessa curiosa história de amizade entre animais totalmente humanizados na maneira de falar e agir, mas selvagens quando o objetivo é se divertir.

    Depois da rápida apresentação das origens da turminha, Madagascar 2 começa a tecer sua trama, leva todo mundo para uma África visualmente verdadeira. E uma vez lá, os personagens vivem uma tremenda crise de identidade. Alex (Ben Stiller) descobre que sua coreografia de sucesso no zoo da big apple faz ele "dançar" na sua terra natal. Marty (Chris Rock) quase pira ao se deparar com seres idênticos porque ele se achava "exclusivo". Já o hipocondríaco Melman (David Schwimmer) decide revelar seu amor por Glória (Jada Pinkett), que acaba descobrindo que bonito mesmo é o que a gente enxerga. Não o que os outros vêem. Vale lembrar que tudo isso acontece regado a momentos engraçados e diálogos criativos. Chama a atenção o momento "O Rei Leão" quando Alex reencontra sua família. A comparação com o clássico da Disney é inevitável. Tem a cena da pata de filho e pai, tem um vilão com juba escura e estilo parecido com Scar e tem a própria inocência de Simba.

    Mas a história continua e a diversão também. As seqüências dos Pingüins são impagáveis. E eles roubam a cena porque os devaneios do Capitão são sinceros (para ele), ao contrário da loucura desmedida de Rei Julien, também de volta com Maurice, seu fiel escudeiro. Mas é quando Capitão e sua turma roubam o carro dos turistas e saem em disparada ouvindo "More Than a Feeling" do grupo Boston, que o filme ganha mais ritmo. O mesmo acontece com "Copacabana", de Barry Manilow, ambas referências musicais dos anos 80. Outro detalhe que não parece ser apenas uma coincidência é o nome do ajudante do Capitão: Kowalski. Esse era o nome do também ajudante do capitão Krane no clássico seriado "Viagem ao Fundo do Mar". O filme não perde a oportunidade de mostrar os perigos da intervenção humana na natureza. E aproveitou para inserir um momento "Lost" com vários humanos (que tiveram seus carros roubados pelos pingüins) reunidos no meio da selva. Impossível não lembrar do seriado.

    A história, decididamente, não tem o apelo dos filmes citados no início do texto, mas nota-se uma preocupação com a diversão. E neste ponto, não dá para negar que Madagascar 2 diverte e, talvez, mais até que o primeiro. Vale o bilhete "da viagem".

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