O filme conta a história de Bree (Felicity Huffman, numa atuação esplendorosa, digna de qualquer prêmio em qualquer festival de cinema no mundo), um transexual que está em vias de conseguir a liberação por parte de sua psicóloga para fazer a cirurgia de ablação peniana. Transexualismo é um transtorno de identidade sexual no qual a pessoa abomina seus órgãos sexuais. O tema já foi abordado igualmente de forma brilhante em outros filmes, como "MENINOS NÃO CHORAM" e "MINHA VIDA EM COR-DE-ROSA". A vantagem que "TRANSAMERICA" sobre estes últimos é o maior grau de compaixão e tolerância que ele desperta nas platéias com relação ao transexual. Voltando à trama. Quando o maior sonho de Bree estava prestes a acontecer, eis que ele, melhor dizendo, ela recebe um telefonema de Nova Iorque que seu filho de 17 anos estava preso. Em tempo: na época de universidade, Bree teve um deslize, um namora com uma colega, cujo fruto foi esse filho que se encontrava preso. Bree teve de viajar de Los Angeles, onde morava, até a costa leste dos EUA. Pega o seu filho na prisão passando-se por uma missionária religiosa e o leva para Los Angeles, com algumas paradas na residência dos pais de Bree, familiares da mãe do garoto). Bree e o filho fazem uma viagem através da América (que não é a de George Bush) literalmente, bem como fazem uma viagem de descoberta de um pelo outro e vice-versa. Um road movie de contornos psicológicos, muito bem dirigido por Duncan Tucker e que é carregado nas costas e nos braços de Felicity Huffman. Eu nunca vi uma mulher interpretar um transexual masculino de forma tão convincente.