Sergio Leone foi um cineasta italiano brilhante. Não teve uma filmografia extensa, mas deixou sua marca ao falecer 1989 aos 68 anos. Enquanto os filmes de faroeste estavam em declínio realizou filmes desse gênero e entrou para a história do cinema filmando um faroeste que em termos de moral, cenário e estilo contrastam com os faroestes tradicionais. Junto com a trilha sonora de Ennio Morricone nos mostrou um mundo mais cru, sujo, em que o herói na verdade é um anti-herói e que o mundo é violento. Clint Eastwood é o homem sem nome (só uma vez chamam ele por um nome que não deve ser o verdadeiro), protagonista dos três filmes intitulado Trilogia dos dólares ou Trilogia do homem sem nome. Neste primeiro ele chega em uma cidade dividida por duas famílias: Baxters e os Rojos. A única intenção que ele tem é ganhar dinheiro e para isso vai trabalhar tanto para uma quanto para a outra. O dono de um bar é seu único amigo. Naquela cidade ele participará de ações e conhecerá pessoas que necessitam de sua ajuda. A composição do personagem criado por Leone é essencial. Diferente dos faroestes tradicionais o protagonista tem as roupas sujas, aspecto sujo, se veste diferente dos personagens habituais, só está interessado em ganhar dinheiro, não conhecemos seu passado e isso nos instiga a querer devanear sobre o passado daquele homem. Eastwood que estava começando sua carreira também o compôs com um rosto sério, mas sarcástico. Seu olhar às vezes é de desprezo, às vezes de compaixão. Neste faroeste não há a figura do cowboy e sim do pistoleiro ou caçador de recompensas. Com uma fotografia árida, seca em que ajudam a compor a natureza do caráter dos personagens Leone filma com super closes um gênero que antes ninguém havia pensado em fazer. Confesso que no começo cheguei a divagar sobre aquela cidade, com tantos personagens peculiares ser uma cidade fantasma e que cada um ali está entre os dois mundos. O pistoleiro sem nome vaga de cidade em cidade, sem rumo, como uma alma sem rumo. Os closes enfatizam o olhar de cada um dos personagens e estes conseguem expressar o que cada um está sentindo no momento. Somado a trilha sonora criada por Morricone o filme cria uma roupagem nova para o faroeste. A trilha empolga o espectador e há sons como um som agudo que remete aos momentos de tensão em que nosso protagonista está prestes a sacar sua arma que deixa qualquer um com uma expectativa em relação ao desenvolvimento da cena. Leone tem em Tarantino um dos seus maiores fãs e que sempre em seus filmes procurou imitá-lo. Trouxe até Morricone para trabalhar com ele. É maravilhoso participar, mesmo com tantos anos de diferença, do nascimento de uma lenda. Leone conseguiu atingir o cinema como verdadeiramente forma de arte.
Primeiro filme da "Trilogia dos Dólares" do diretor Sergio Leone. Caracterização, músicas, atuações, tudo impecá só falta eu ver " Por uns Dólares a Mais" pra quem sabe considerar a melhor trilogia da história.
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