Uma carta escrita por uma mulher negra escravizada denunciando os abusos sofridos nas mãos dos escravizadores é a engrenagem do documentário A Carta de Esperança Garcia. Em 6 de setembro de 1770, Esperança Garcia redigiu uma carta para o então governador da Capitania de São José do Piauí. Anos mais tarde, na década de 1970, mais especificamente em 1979, o antropólogo Luiz Mott encontrou a correspondência no Arquivo Público do Piauí. Logo se tornou um símbolo da resistência negra brasileira e Esperança Garcia foi colocada nos holofotes da história. O documentário de Douglas Machado, com isso, reconta a história de Esperança e sua relação com o presente, trazendo Zezé Motta como mediadora. Em quatro atos, o filme aborda as realidades negras contemporâneas e as lutas antirracistas e por direitos civis no Brasil. A carta de Esperança é ainda relida por outras cinco mulheres negras, traçando paralelos entre o passado e o presente.