Linha Verde é uma introspectiva jornada de memória e confronto, ambientada na turbulenta Beirute dos anos 1980, durante a Guerra Civil Libanesa. Fida, uma jovem crescida em meio ao caos do conflito, ouve as histórias de sua avó sobre o "inferno vermelho", uma época marcada pela violência e pela divisão. Insensível e desiludida, ela questiona o valor da vida enquanto enfrenta, com uma perspectiva infantil, os militantes de ambos os lados da guerra, utilizando miniaturas e estatuetas como uma forma de representação. Coescrito por Ballyot e Fida Bizri, o filme utiliza sets em miniatura e modelos detalhados de Beirute para recriar a experiência de Bizri durante sua infância. Esses modelos se tornam uma poderosa ferramenta para a autora confrontar os ex-milicianos que, em sua juventude, alegaram protegê-la, mas a marcaram com o medo e a violência de sua própria guerra interna. Fida, agora adulta, busca entender a verdade por trás das promessas de proteção, iniciando encontros com aqueles que atuaram tanto no lado ocidental quanto no oriental da cidade, expondo as complexidades de um conflito sem vencedores claros. Através de diálogos sem julgamento e um olhar único sobre os dois lados da guerra, Green Line oferece uma reflexão profunda sobre as cicatrizes da guerra e o impacto psicológico de crescer em meio a uma divisão brutal. Ao transcender os limites da guerra libanesa, o filme revela uma visão universal sobre os horrores do conflito e o poder da memória como ferramenta de cura e compreensão.
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