Desde o primeiro episódio, a produção leva o público para um mundo tão brutal que você realmente precisa ter resistência para isso.
Poucos diretores ousaram trabalhar no romance de 1985 de Margaret Atwood, O Conto da Aia. Volker Schlöndorff se aventurou pela primeira vez no díficil material e em 1990 dirigiu o filme A Decadência de uma Espécie, baseado na história única de Atwood. No entanto, esta adaptação cinematográfica não foi um grande sucesso. Alguns anos depois, houve outra tentativa de trazer para as telas o mundo de Gilead, no qual June, aliás Offred, é mantida em cativeiro. Desta vez, porém, na forma de uma série absolutamente fantástica.
Porque The Handmaid’s Tale não é apenas tão emocionante e dramática, mas simplesmente tira o fôlego e leva às lágrimas. A série também é um verdadeiro banquete para os olhos.
Três anos de espera para ver o final de uma das melhores séries dos últimos anos: Esse premiado drama retornará em 2025Uma arte em si
A forma como o estado ficcional de Gilead e a história são retratados na série é uma arte em si. Especialmente quando você olha para a interação entre esse mundo sombrio e cinzento e o toque de cor nos figurinos. Há sempre cenas em que, por exemplo, as empregadas domésticas sentam-se em frente a uma parede com as suas vestes vermelhas e capuzes brancos, enquanto "criminosos" ou os chamados "traidores de gênero" condenados à morte pendem sobre elas, ou são filmados de uma visão panorâmica, quando se reúnem para uma execução, que apesar desta brutalidade chama a atenção.
Mas a história também te prende desde o primeiro segundo, quando June (Elisabeth Moss) com seu marido Luke (O-T Fagbenle) e sua filha Hannah (Jordana Blake) estão fugindo do novo governo e são separados de forma cruel para que June possa ir para o estado servir como máquina de parto. A distopia, em que as mulheres perdem seus direitos e devem ter filhos como servas do Estado, é, na primeira temporada, baseada no livro original e gira em torno de June, que tenta libertar a si mesma e a sua filha Hannah de Gilead nas próximas temporadas.
As filmagens da sexta e última temporada de The Handmaid’s Tale já estão a todo vapor. A produção está atualmente disponível no Prime Video, Disney+, Paramount+ e Globoplay, dentre outras séries novas para maratonar.
É disso que trata The Handmaids Tale
Num futuro distópico, os desastres ambientais e as doenças venéreas levaram à infertilidade generalizada. À medida que os fundamentalistas cristãos chegam ao poder nos Estados Unidos, as mulheres são privadas dos seus direitos e mantidas em cativeiro como criadas, sendo vítimas de abusos para terem filhos para os seus comandantes e suas esposas estéreis. Para fazer isso, elas são estupradas uma vez por mês durante um chamado “ritual” pelos homens que agora as possuem. Se não engravidam nem dão à luz filhos saudáveis, são consideradas inúteis e enviadas para morrer nas colônias, onde têm de remover resíduos tóxicos radioativos até seu doloroso fim.
O foco da trama é June Osbourne, que é propriedade do comandante Fred Waterford (Joseph Fiennes) e de sua esposa Serena Joy (Yvonne Strahovski), e a partir de agora atende pelo nome de “Offred”. À medida que as mulheres perdem todos os seus direitos, elas também perdem o seu nome e recebem o nome do seu dono. Como June é propriedade de Fred, ela se chama Offred (de Fred). As mulheres não estão autorizadas a trabalhar, possuir propriedades ou mesmo ler. Caso não cumpram são mutiladas como castigo. Para crimes mais graves, elas são executadas publicamente.
Ator de After não é um nepo baby qualquer: Hero Fiennes Tiffin tem dois tios muito famosos na televisão e nos cinemasPara June, suas amigas Emily (Alexis Bledel), Janine (Madeline Brewer) e os outros empregados, não há como escapar. Mas eles não deixam pedra sobre pedra para escapar das garras de Gilead e de seu destino trágico. Isso não requer apenas muita paciência, mas também bastante coragem. Será que June e os outros conseguirão se libertar?
Uma série que faz você prender a respiração
The Handmaid’s Tale é uma das melhores séries dos últimos anos, provavelmente até uma das melhores de todos os tempos. A produção ganhou um total de 15 Emmys e foi elogiada pelos fãs e pela imprensa especializada.
E com razão, porque Elisabeth Moss, que inclusive codirigiu e produziu a série, está simplesmente ótima no papel principal. Sua atuação é excepcional, principalmente nas cenas em que ela sente medo real da morte. Quando prende a respiração, o público a acompanha e não se move até que os inimigos não estejam mais ao alcance da voz.
Mas o resto do elenco também teve uma performance brilhante. A estrela de Gilmore Girls, Alexis Bledel, por exemplo, é convincente em seu papel como Emily, que é considerada uma traidora de gênero em Gilead por causa de sua homossexualidade e só está viva por ser uma das poucas mulheres férteis no país. Mas Madeline Brewer também desempenha uma personagem importante como Janine, cujo olho foi removido devido à sua rebelião contra o regime e que não é mais a mesma depois.
A atuação de Ann Dowd, que até ganhou o Emmy de Melhor Atriz Coadjuvante por sua interpretação de tia Lydia, é mais uma que merece ser elogiada. E a implementação dos vilões inescrupulosos também faz muito sucesso com Yvonne Strahovski como Serena Joy e Joseph Fiennes como Fred Waterford. Os dois personagens estão provavelmente entre os antagonistas mais odiados da história do cinema e da TV e são interpretados de forma tão convincente que você quase acha Strahovski e Fiennes antipáticos.
Friends influenciou The Handmaid's Tale? Entenda como a sitcom aparece na série de Elisabeth MossApesar do tema extremamente pesado e das duras cenas de violência, eles são implementados de tal forma que o que é retratado pode ser bem digerido. No entanto, sempre há cenas que realmente te irritam. Por exemplo, quando Janine dá à luz seu bebê no segundo episódio da primeira temporada, ele é tirado dela imediatamente após o nascimento, sem que a mesma sequer possa tocar na criança. Só para que a esposa de seu dono pudesse tê-la como filha.
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