No pé ou na mão?: 20 anos depois, menino de cena traumática de Cidade de Deus aparece na série spin-off
Giovanna Ribeiro
-Redatora e Crítica
Aprendeu com Amélie Poulain a ir ao cinema sozinha às sextas e observar a reação do público. Mas, no fundo, queria mesmo era ser o Rocky Balboa.

Cidade de Deus: A Luta Não Para se passa vinte anos depois dos acontecimentos do longa-metragem, no começo dos anos 2000.

Quando falamos de Cidade de Deus, filme de Fernando Meirelles e Kátia Lund, inevitavelmente, algumas cenas e diálogos surgem imediatamente em nossas mentes. Desde a morte de Cabeleira ao som de Preciso me Encontrar, de Cartola, até às ameaças de Zé Pequeno (Leandro Firmino) contra qualquer um que atravessasse seu caminho. Mas, há uma cena que, com certeza, foi capaz de impactar a maioria dos espectadores: O momento em que, crianças são questionadas se preferem um tiro no pé ou na mão.

O que pode ter surpreendido parte do público que está acompanhando a série Cidade de Deus: A Luta Não Para, é ter a oportunidade de reencontrar um desses meninos. Felipe Paulino retorna à história como um dos soldados de Bradock (Thiago Martins), e em uma escolha perspicaz da série derivada, o personagem recebe a oportunidade de mudar a história de um garoto da comunidade, e tratá-lo de forma bem diferente da qual ele foi tratado anos antes por Zé Pequeno.

“Tem muita água para passar por baixo dessa ponte”: É assim que a série de Cidade de Deus se separa do filme de 2002

Choro de Verdade

Felipe Paulino, que é cria do Vidigal, já declarou que a cena forte do filme de 2002, em que seu personagem tem o pé baleado, apesar de fictícia, arrancou lágrimas reais. Ao Voz das Comunidades, Firmino confessou que só conseguiu assistir à cena aos 18 anos, dez anos mais velho do que na época das filmagens:

“Tive uma preparação bem rigorosa. [...] Na minha preparação, me colocavam em um quarto escuro e o personagem do Leandro Firmino [Zé Pequeno] aparecia com uma arma falando que ia me matar. E eu novinho! Também não almoçava do lado dele; nos colocavam separados porque eu não podia ver ele fora das cenas. Então, quando eu vi o Zé Pequeno, entrei em pânico!”, explicou (Via: Voz das Comunidades).

Cidade de Deus: A Luta Não Para se passa vinte anos depois dos acontecimentos do longa-metragem, no começo dos anos 2000. A partir das memórias de Buscapé (Alexandre Rodrigues), a produção retrata o impacto dos conflitos entre policiais, traficantes e milicianos na vida dos moradores da comunidade.

Após sair da prisão, o jovem traficante Bradock (Tiago Martins) decide tentar recuperar o controle do morro das mãos do chefe Curió (Marcos Palmeira), colocando os moradores da Cidade de Deus no meio do fogo cruzado entre a milícia, o tráfico e as autoridades do Rio de Janeiro. Inconformados com a situação, a comunidade se une para impedir que o pior aconteça. Buscapé, que já não mora mais na CDD, mas segue querido pelos moradores, continua a registrar a realidade de lá com sua inseparável câmera.

A série conta com seis episódios, lançados semanalmente, na MAX e HBO. O último episódio da 1ª temporada tem estreia prevista para o dia 29 de setembro.

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