“Tinha dinheiro, influência e mulheres”: Este é o lendário ator que recusou convite de Coppola para estrelar O Poderoso Chefão
Maria Santos
Maria Clara decidiu estudar audiovisual para juntar o melhor de todos os mundos. Apaixonada pelo cinema independente e também pelos famosos filmes da sessão da tarde, não dispensa indicações e nem julga um filme pela sinopse.

Filme da década de 1970 tornou-se uma das principais produções da história do cinema.

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É difícil imaginar outro rosto que não o de Al Pacino como Michael Corleone, ou de Marlon Brando e Robert De Niro como Don Vito em O Poderoso Chefão. No entanto, isso quase aconteceu: Jack Nicholson recusou o convite de Francis Ford Coppola para estrelar um dos filmes mais importantes da sétima arte.

Na época, o ator de Um Estranho no Ninho estava colhendo os frutos do sucesso de Sem Destino e ascendendo aos poucos ao status de um dos maiores atores de sua geração. Por isso, não foi difícil para Coppola considerar o nome de Nicholson, com quem já havia trabalhado em 1963 em Sombras do Terror, para retomar a parceria. Contudo, isso nunca se concretizou, por decisão do próprio Nicholson.

O "não" de Jack Nicholson tem um bom motivo

Em uma entrevista de 2004 para a Movie Line, o ator compartilhou suas razões, demonstrando que seus princípios estavam acima dos contratos:

"Naquela época, eu acreditava que os índios deveriam interpretar índios e os italianos deveriam interpretar italianos. Mario Puzo escreveu um livro tão bom que, se você voltar a ele, verá muito do que o filme tem de especial. Havia muitos atores que poderiam ter interpretado Michael, inclusive eu, mas Al Pacino era Michael Corleone. Não consigo pensar em um elogio melhor para fazer a ele."

Em uma época em que o termo whitewashing — prática de escalar atores brancos para papéis de personagens não brancos — ainda não era debatido, Nicholson acreditava que não seria apropriado interpretar um italiano, pois não possuía ascendência nem ligação cultural com essa origem.

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Anos depois, Coppola refletiu sobre seus projetos e escolhas de elenco durante um de seus trabalhos mais importantes, como a adaptação da obra de Mario Puzo, onde guardou fortes opiniões sobre suas três estrelas de Hollywood:

"Acho que, se houvesse um papel que Robert De Niro quisesse, ele iria procurar e conseguir. Não acho que Jack Nicholson tenha feito isso. Jack tem dinheiro, influência e garotas, e acho que ele é um pouco como Marlon Brando, exceto que Brando passou por momentos difíceis. Acho que eles não querem mais fazer isso."

É certo dizer que todos os atores que trabalharam com Coppola se tornaram grandes nomes da indústria. Anos depois de recusar sua participação em O Poderoso Chefão, Jack Nicholson encontrou seu próprio Michael Corleone e Don Vito em O Iluminado, de Stanley Kubrick, com sua icônica interpretação de Jack Torrance.

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