Levei 30 anos para descobrir, mas há um buraco no roteiro de Jurassic Park que desmonta completamente o filme
Giovanni Rodrigues
-Redação
Já fui aspirante a x-men, caça-vampiros e paleontólogo. Contudo, me contentei em seguir como jornalista. É o misto perfeito entre saber de tudo um pouquinho e falar sobre sua obsessão por nichos que aparentemente ninguém liga (ligam sim).

É impossível que um mosquito tivesse guardado DNA de dinossauro por milhões de anos.

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Passaram-se 30 anos desde sua estreia, mas Jurassic Park é um daqueles filmes dos quais sempre falaremos. O emocionante filme de ficção científica de Steven Spielberg tornou-se um autêntico fenômeno cinematográfico em sua época e teve a honra de ser, até a estreia de Titanic, o filme de maior bilheteria de todos os tempos. Além disso, o filme foi pioneiro no uso de imagens geradas por computador e figuras animatrônicas, alcançando um realismo na recriação dos enormes dinossauros que marcou um antes e depois na história do cinema.

Jurassic Park também conseguiu tornar a fascinante história dos dinossauros uma tendência, e deu origem não apenas a duas sequências e a uma trilogia reboot duas décadas depois, mas a toda uma enorme franquia transmídia. Assim, três décadas depois, seu legado é incontestável e continua sendo o filme sobre dinossauros mais icônico e universal da história: Quem nunca sonhou que a história que Michael Crichton projetou para seu famoso romance se tornasse realidade? E principalmente: Isso é possível?

Embora o filme de Steven Spielberg apresente uma base científica para sustentar sua trama - a extração de DNA através de mosquitos pré-históricos permitiu clonar as espécies extintas usando a genética dos sapos - a realidade é que o que nele se conta é ficção tirada diretamente de um livro e a ciência real, pelo menos até agora, nos diz que jamais conseguiram extrair material genético viável nem de insetos, nem de nenhuma das partes bem conservadas de dinossauros que foram encontradas ao longo da história. No entanto, é um tema sobre o qual muito se perguntou à comunidade científica e algumas respostas sobre as possibilidades dos avanços da ciência acabam nos arrepiando.

Em todo caso, o que é certo é que é impossível que um mosquito como o do filme tivesse guardado DNA de dinossauro por milhões de anos. Um buraco no roteiro que pessoalmente levei 30 anos para conhecer e que desmonta completamente o filme: o mosquito que vemos conservado em âmbar no início do filme é um mosquito elefante, a única espécie deste tipo de inseto que não suga sangue de forma alguma. Assim, seria impossível que tivesse DNA de dinossauro em seu interior.

Segundo declarou o entomologista Joe Conlon à Business Insider há uma década, os mosquitos já existiam na época dos dinossauros e provavelmente se alimentariam de seu sangue, mas não a espécie que vemos em Jurassic Park: "Infelizmente, a espécie representada em Jurassic Park, Toxorhynchites rutilus, não se alimenta de sangue. Na realidade, é o único tipo de mosquito que não o faz", assegurou Conlon. Além disso, o mosquito que vemos no filme tem antenas peludas, o que sugere que é um macho e reforça o dado: só as fêmeas mosquito se alimentam de sangue.

Por outro lado, segundo o filme, o mosquito fossilizado em âmbar que vemos no filme é encontrado na República Dominicana, um lugar onde nunca foram encontrados fósseis tão antigos.

No entanto, segundo o Daily Mail, a razão pela qual Spielberg teria escolhido o T. rutilus seria porque é a maior espécie de mosquito conhecida pelo homem, o que teria facilitado a filmagem do inseto. Se você está se perguntando do que se alimenta o Toxorhynchites rutilus em vez de sangue, o apelidado mosquito elefante é um predador, sendo suas presas comuns os microcrustáceos, rotíferos e outros hexápodes.

*Conteúdo Global do AdoroCinema

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