O filme que mudou a carreira de Jake Gyllenhaal completa 10 anos: Continua sendo sensacional e você pode assistir em streaming
Giovanni Rodrigues
-Redação
Já fui aspirante a x-men, caça-vampiros e paleontólogo. Contudo, me contentei em seguir como jornalista. É o misto perfeito entre saber de tudo um pouquinho e falar sobre sua obsessão por nichos que aparentemente ninguém liga (ligam sim).

O ator faz uma de suas clássicas interpretações desenfreadas neste olhar cínico sobre a mídia.

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Existem certos tipos de atores que se tornam obsessão para os cinéfilos do Twitter e que, pela própria natureza de comunidades como o Twitter, acabam sendo deixados de lado sem terem renunciado ao que os tornou populares em primeiro lugar. Em casos como o de Jake Gyllenhaal, podemos constatar que o tratamento favorável de uma década atrás já não está presente para valorizar seu trabalho atual.

Mas seu método de interpretação tão desenfreado e intenso, além de caótico de uma maneira estranhamente focada, permitiu-lhe ser o protagonista de certo tipo de cinema adulto que está cada vez mais em perigo de extinção. Um estilo que agora é visto como problemático, mas que há uma década era inevitável graças a trabalhos como O Abutre.

Caçador de desgraças

O thriller jornalístico autodestrutivo e neo-noir levado ao culto absoluto graças à sua estrela e ao seu bom entendimento com o diretor e roteirista Dan Gilroy, além de um elenco que inclui também René Russo e Riz Ahmed. Completam-se 10 anos desde sua estreia que deixou muitos deslumbrados, e hoje pode ser visto no streaming na plataforma Max.

A história segue Lou Bloom, um homem desempregado que se torna freelancer no campo do jornalismo policial, tentando chegar o mais rápido possível com sua câmera aos locais onde ocorrem os piores acidentes na área de Los Angeles. Seus métodos controversos permitem que ele consiga o melhor material e ascenda na preferência das emissoras, embora o custo seja mais elevado do que ele imagina.

Gyllenhaal se torna aqui um exemplo bastante claro da cultura da mentalidade de tubarão, o neoliberalismo desenfreado pelos discursos do "se você quer, você pode", onde se tenta impor a glória e o sucesso individual acima de qualquer outra coisa. Incluindo todos os tipos de considerações éticas que se possa ter.

O Abutre: empreendendo rumo ao desastre

A interpretação extrema do ator não colide com a abordagem meticulosa e consciente, mas a eleva. Permite um certo elemento de absurdo com o qual atira para todos os lados, desde os supostos "empreendedores" até o sistema que os habilita, com o sensacionalismo da mídia no meio (um tema imperecível).

Com um estilismo adequado, um pulso firme na direção e um roteiro sem hesitações na hora de se envolver na moralidade mais enlameada, O Abutre tinha tudo para ser o objeto de culto que acabou se tornando. Os excessos de Gyllenhaal são aproveitados como nunca e formam um trabalho icônico que se tornou uma bandeira a ser hasteada de tempos em tempos em projetos posteriores.

*Conteúdo Global do AdoroCinema

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