“Não sei e não me importo”: No Brasil, Francis Ford Coppola fala sobre futuro do cinema e remake de O Poderoso Chefão (Entrevista)
Aline Pereira
-Editora-chefe
Jornalista que ama boas histórias e combina a paixão por cinema e TV com comunicação para mergulhar ainda mais nos universos e personagens que já fazem brilhar os olhos. Pipoca, terror, dramédia e uma pitada de reality são a receita perfeita para todos os dias.

Em entrevista ao AdoroCinema, Francis Ford Coppola debate Megalópolis e futuro do cinema.

Décadas de desenvolvimento e 120 milhões de dólares depois, Megalópolis chegou aos cinemas com opiniões divididas, um acontecimento que não é estranho à carreira do lendário Francis Ford Coppola – se O Poderoso Chefão se tornou um clássico em não muito tempo, Apocalypse Now precisou maturar mais na opinião pública até alcançar o status que tem hoje. Por ele, tudo bem: antes assumir riscos criativos ao contar histórias do que se entregar às fórmulas, repetições e “negócios”.

“Negócios te viciam em algo e aí te vendem isso, sabe, como a Coca-Cola ou muitas outras que te vendem um hábito que criaram para você e depois ganham dinheiro com isso”, disse o cineasta em entrevista ao AdoroCinema. Em um período marcado por uma enxurrada de remakes, reboots e outras formas de repaginação de histórias já conhecidas, Coppola sabe que suas obras também podem estar na mira de possíveis voltas.

“Depende se alguém acha que pode fazer Apocalypse Now porque o filme pertence a mim. O Poderoso Chefão pertence a Paramount e tenho certeza de que alguém fará outro O Poderoso Chefão, mas eu não sei. Não me importo”, pontuou o cineasta. Em vez disso, o diretor nos fala sobre uma perspectiva mais otimista de futuro para o cinema.

Coppola citou o mais recente vencedor da Palma de Ouro em Cannes, Sean Baker, diretor de Anora. “O que mais me anima é quando vejo pessoas jovens fazendo filmes muito pessoais, que me levam a um mundo em que eu nunca teria entrado, que nunca saberia nada sobre. Quando encontro pessoas e sinto coisas que nunca teria chance de conhecer. Sabe, como Sean Baker fez com Tangerine, ou como vários outros filmes fazem e te levam a um mundo que você nunca entraria. Gosto disso”, pontuou.

Assista à entrevista completa:

Megalópolis e a inspiração no Brasil

Em passagem pelo Brasil para a divulgação de Megalópolis, Coppola falou sobre as referências que encontrou em nosso país para seu novo filme: a cidade de Curitiba foi uma das principais inspirações para o visual futurista de seu longa. O diretor esteve por lá no início dos anos 2000 e conheceu o projeto de desenvolvimento do arquiteto, urbanista e ex-governador do Paraná Jaime Lerner.

"Quando eu estava trabalhando em Megalópolis, visitei todos os lugares do mundo que achava que poderiam ser um exemplo para uma sociedade que fazia seu povo feliz e resolvia problemas difíceis de forma inteligente sem apenas jogar dinheiro fora. Eu me deparei com um homem cujo nome era Jaime Lerner e ele era o governador do Paraná e ele foi prefeito de Curitiba. Eu fui para Curitiba anos atrás e foi o protótipo do que eu estava fazendo com Megalópolis”, disse em evento especial promovido pela O2 Play.

Megalópolis já está em cartaz nos cinemas.

*Conteúdo Global AdoroCinema

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