"A história era tratada como possessão": Intérprete do Maníaco do Parque, Silvero Pereira destrincha o assassino em série em entrevista ao AdoroCinema
Rafael Felizardo
-Redator | Crítico
Sonhador desde pequeno e apaixonado por cinema de A a Z, encontrou em David Lynch um modo de sonhar acordado.

Protagonizado também por Giovanna Grigio, o longa-metragem está disponível no Prime Video.

Nesta sexta-feira (18), chega ao catálogo do Prime Video, Maníaco do Parque, um longa-metragem inspirado por uma história real que marcou o Brasil na década de 1990. A trama é dirigida pelo cineasta Maurício Eça, protagonizada ainda por nomes como Silvero Pereira e Giovanna Grigio.

No enredo, o público mergulha na vida do mais famoso assassino em série nascido no nosso país: o motoboy Francisco de Assis Pereira. O criminoso foi acusado de atacar mais de 20 mulheres e esconder seus corpos no Parque do Estado, em São Paulo, recebendo, por conta disso, o apelido de Maníaco do Parque.

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SILVERO PEREIRA INTERPRETA O MANÍACO DO PARQUE

Durante uma entrevista recente para o AdoroCinema, Silvero Pereira, intérprete do personagem-título, se abriu sobre como foi dar vida a um dos serial killers mais sanguinários do Brasil. Segundo o ator, durante os estudos, descobriu que parte da imprensa da época colocava o caso na alçada da espiritualidade, da “possessão”, ponto que ele precisou ignorar principalmente por conta de suas crenças religiosas.

“Talvez 90% do jornalismo da década de 1990 caracterizava muito essa história como algo espiritual, como se ele tivesse sido dominado e assumisse uma outra personalidade e tal. Acho que a coisa mais complicada ali foi eu tentar não entrar nessa possibilidade”, começa o astro.

Ele ainda acrescenta:

“Todas as entrevistas apontavam para um lugar de possessão. E eu, como um homem de religião de matriz africana, da umbanda, isso foi uma coisa que me pegou desde o início. Até o momento em que eu resolvi completamente me desligar e buscar as questões técnicas para a construção desse personagem, afinal de contas, a gente está falando aqui de um trabalho artístico de um ator. Eu não posso me envolver emocionalmente com os meus personagens, eu preciso construí-los tecnicamente para que, quando eu precisar acessá-los dentro do set, e única e exclusivamente dentro do set, ele seja acessado pelos mecanismos que eu for identificando.”

Na conversa, Silvero ainda apontou que assistiu a horas e mais horas de vídeos sobre o caso, além de precisar ler um inquérito que possuía mais de 200 páginas. A preparação para tirar do papel um personagem tão controverso foi de fato trabalhosa, mas no fim, ele saiu compreendendo um pouco mais da personalidade de Francisco.

“São justamente três facetas do personagem que me levaram ao filme, que é o Francisco de Assis; o Chico Estrela; e o Maníaco do Parque. Essas são as três personalidades contidas nele”, pontua.

Com um elenco composto por grandes nomes do audiovisual nacional, Mel Lisboa, Marco Pigossi, Xamã e Francisco Gaspar também estão presentes.

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