Al Pacino faliu após perder 50 milhões de dólares em golpe: Na época, o ator precisou aceitar papéis que pareciam dívida de jogo
Nathalia Jesus
-Redatora e crítica
Jornalista apaixonada por cinema, televisão e reality show duvidoso. Grande entusiasta de dramas coreanos e tudo o que tiver o dedo de Phoebe Waller-Bridge.

O eterno Michael Corleone de O Poderoso Chefão contou a história em seu novo livro de memórias, Sonny Boy.

Al Pacino lançou o livro de memórias "Sonny Boy", lançado no Brasil em 15 de outubro pela Editora Rocco, e tem revelado diversas histórias pouco exploradas sobre sua vida pessoal e profissional. Em uma das anedotas, ele contou da época em que perdeu todo o dinheiro e precisou fazer filmes com os quais ele não se identificava tanto.

O ator de O Poderoso Chefão tinha contratado um contador e, em 2011, começou a receber avisos de que o profissional, que tinha muitos clientes famosos, não era confiável — Al Pacino descobriria isso mais tarde, quando sua conta bancária passou de 50 milhões de dólares para zero.

Na época, o ator já estava pagando "uma quantia ridícula de dinheiro para alugar uma casa grande e chique em Beverly Hills" e levou a família para uma viagem à Europa, alugando um andar inteiro no caríssimo hotel cinco estrelas Dorschester, em Londres.

Ao retornar para casa, ele desconfiou ao perceber que suas finanças não tinham mudado drasticamente após a luxuosa viagem. Foi quando, mais tarde, viu suas finanças zeradas.

"Eu estava quebrado. Eu tinha 50 milhões de dólares, e, então, não tinha mais nada. Eu tinha propriedades, mas não tinha dinheiro", constatou o ator. "Neste negócio, quando você ganha 10 milhões por um filme, não são 10 milhões. Porque depois dos advogados, dos agentes, do publicitário e do governo, não são 10 milhões, são 4,5 milhões de dólares no seu bolso."

O problema maior era que o ator estava vivendo uma vida cara, pois estava no auge e já era respeitadíssimo na indústria cinematográfica. "Quanto mais dinheiro você ganha, menos você tem", pontuou o astro.

O tipo de dinheiro que eu estava gastando e para onde ele estava indo era apenas uma montagem maluca de perdas. O paisagista estava ganhando 400 mil dólares por ano e, eu não exagero nessas coisas. E veja bem, isso era para paisagismo em uma casa em que eu nem morava.

Quando sofreu o golpe, Al Pacino estava na casa dos 70 e ficou preocupado por não poder ser tão exigente com seus próximos papéis — mesmo que sua carreira, repleta de grandes títulos como Um Dia de Cão, Serpico, Scarface e O Poderoso Chefão, já fosse consolidada o suficiente para que ele pudesse escolher.

"Eu não era um jovem e não ganharia o tipo de dinheiro atuando em filmes que eu tinha feito antes. Os grandes pagamentos aos quais eu estava acostumado simplesmente não estavam mais aparecendo. O pêndulo tinha balançado, e eu achei mais difícil encontrar papéis para mim."

Papel inesperado na carreira de Al Pacino

Sabe aqueles filmes mais ou menos cuja contratação de atores renomados parece "dívida de jogo"? Às vezes, são mesmo.

Antes de falir, Al Pacino só fazia filmes com os quais ele se "identificava com o papel e sentisse que poderia trazer algo". Mas, após ter sido enganado pelo contador — que, depois, acabou cumprindo sete anos e meio de prisão por comandar um esquema de estelionato —, o ator teve que ignorar todos os seus princípios profissionais e aceitar o que viesse. Foi assim que ele terminou em Cada Um Tem a Gêmea que Merece.

"Cada Um Tem a Gêmea que Merece foi o primeiro filme que fiz depois que perdi meu dinheiro. Para ser honesto, fiz porque não tinha mais nada", escreve Pacino. "Adam Sandler me queria, e eles me pagaram muito por isso. Então eu fui lá e fiz, e ajudou. Eu amo Adam, foi maravilhoso trabalhar com ele e se tornou um amigo querido. Ele também é um ótimo ator e um cara incrível."

Este filme de Al Pacino é aclamado, mas ele sente que foi esnobado: O ator gostaria de ter recebido um Oscar pelo trabalho

Al Pacino também apostou em comerciais de TV, venda de imóveis e passou a cobrar para conduzir seminários em universidades — algo que, antes, ele fazia gratuitamente. Não demorou muito até que ele saísse da pindaíba.

Fique por dentro das novidades dos filmes e séries e receba oportunidades exclusivas. Ouça OdeioCinema no Spotify ou em sua plataforma de áudio favorita, participe do nosso Canal no WhatsApp e seja um Adorer de Carteirinha!

facebook Tweet
Links relacionados