Stephen King e Michael Jackson tentaram lançar uma sequência de Thriller que custou 15 milhões de dólares - mas ninguém quis ver
Ana Pilato
Fanática por filmes e séries, Ana possui um acervo de informações aleatórias sobre cultura pop e gosta de encarar câmeras imaginárias como se estivesse em Fleabag ou The Office.

Vídeo foi originalmente planejado como uma colaboração com A Família Addams.

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Ainda considerado por muitos o melhor videoclipe da história, Thriller, de Michael Jackson, ajudou a consagrar seu status como Rei do Pop. Foi também um de seus primeiros contatos com a ficção e mostra sua afinidade com a estética do terror, com uma ótima recepção que deixou o público querendo mais.

Exatos 14 anos após o lançamento de Thriller, em 1996, o artista deu tudo de si com uma sequência chamada Ghost. O média-metragem musical de 38 minutos - que estreou até em Cannes - voltou a trazer a temática de terror que o tornou tão único, mas as críticas negativas fizeram o clipe cair no esquecimento.

Contatado pelo próprio Jackson, Stephen King escreveu a história que mostrava os habitantes de uma cidade gótica reunindo-se para expulsar um homem de suas terras. O tal habitante indesejado (Jackson), que vive isolado em uma mansão, deve mostrar a eles que apesar de seus poderes e de sua aparência peculiar, ele é inofensivo.

Com um orçamento de 15 milhões de dólares, foi o videoclipe mais caro e mais longo da história. Ghost apresentou ótimos valores de produção e efeitos e maquiagem profissionais de filmes, incluindo um meticuloso trabalho protético que fez com que Jackson interpretasse vários personagens (incluindo o odioso prefeito que quer expulsá-lo da cidade).

Mas a mensagem não convenceu. O clipe foi recebido com cinismo pela crítica, que considerou a alegoria demasiado óbvia sobre a própria vida do artista - que na época passava por grande escrutínio público.

A versão original era ainda mais sombria

Curiosamente, tudo isso começou como uma colaboração com A Família Addams. Jackson deveria lançar seu vídeo Is It Scary com o filme para fins promocionais. A história original era a mesma, com ele fazendo de tudo para assustar adultos e crianças - incluindo truques como tirar a pele e mostrar o esqueleto - para, no fim, mostrar que não passavam de truques simples.

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Mas essa versão nunca foi feita. Mesmo assim, parte do material gravado resistiu ao teste do tempo e revelou uma versão mais sombria e talvez ainda mais pessoal. Em uma cena, a multidão insulta Jackson da maneira mais dolorosa possível, e o cantor retribui na mesma moeda.

O cancelamento da versão original foi atribuído a diversos motivos logísticos - como a agenda apertada do artista, citada por Barry Sonenfeld (diretor de A Família Addams). Mas na época havia outra narrativa, acusando o cantor de comportamento inadequado com uma criança no set de filmagens.

Demorou três anos para a versão final ser lançada, renomeada como Ghost e agora sem a parceria com o filme. A premissa se manteve quase idêntica, mas sua mensagem soou diferente. Embora as cenas mais agressivas - como os insultos da multidão - tenham sido eliminadas, a versão ganhou outros easter eggs, já que o prefeito foi modelado para se parecer com Tom Sneddon, o promotor que moveu as acusações contra Jackson.

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