Este é um dos melhores filmes lançados no ano passado, mas não teve o sucesso que merecia
Giovanni Rodrigues
-Redação
Já fui aspirante a x-men, caça-vampiros e paleontólogo. Contudo, me contentei em seguir como jornalista. É o misto perfeito entre saber de tudo um pouquinho e falar sobre sua obsessão por nichos que aparentemente ninguém liga (ligam sim).

Se tivéssemos que dar uma chance a um blockbuster no ano passado, seria Dungeons & Dragons: Honra Entre Rebeldes, que merecia mais do que a indiferença educada que acompanhou seu lançamento.

Avaliado em 3,9 de 5 pelos espectadores do AdoroCinema, o longa-metragem Dungeons & Dragons: Honra Entre Rebeldes foi lançado em 13 de abril de 2023 nos cinemas brasileiros. Nos Estados Unidos, o filme não alcançou o sucesso esperado, mesmo com o jogo sendo ainda mais popular lá do que aqui.

O longa arrecadou apenas 93,2 milhões de dólares nos EUA, em comparação com 148 milhões para Uncharted ou 411 milhões para Doutor Estranho 2. Um fracasso que se explica por duas razões que veremos mais adiante, pois antes de tudo, é preciso dizer: o filme Dungeons & Dragons merece ser visto, quer você conheça a franquia ou não.

Adaptado para novatos e fãs

Seus diretores Jonathan Goldstein e John Francis Daley, aficionados pelo jogo, se esforçaram para tornar este Dungeons & Dragons compreensível para um novo público, ao mesmo tempo em que satisfaziam os fãs, respeitando o universo utilizado. Um equilíbrio muitas vezes difícil de alcançar para os blockbusters hollywoodianos adaptados de franquias importantes.

E, acima de tudo, o filme é puro entretenimento de aventura com um elenco eclético (Chris Pine de Star Trek, Michelle Rodriguez de Velozes e Furiosos, Regé-Jean Page de Bridgerton) que se sustenta muito bem, incluindo Hugh Grant, que está muito orgulhoso do filme, como recentemente confidenciou à Vanity Fair, e também lamenta seu fracasso.

3 razões para o fracasso (pelo menos)

É de nicho!

Primeiro, o RPG, embora tenha se popularizado nos últimos anos (a ponto de a Hasbro, detentora dos direitos de D&D, anunciar 50 milhões de jogadores em todo o mundo), o hobby ainda é um nicho. Assim como o gênero fantasia, apesar do sucesso dos filmes O Senhor dos Anéis. E os filmes anteriores de Dungeons & Dragons, feitos por razões erradas, haviam desencantado o público de cinema com a franquia.

Marketing confuso

Segunda razão, a campanha de marketing do filme destaca seu elenco - não tão conhecido pelo grande público, com um pôster colocando-os em círculo - difícil de reconhecê-los - e o nome Dungeons & Dragons em letras pequenas. Então, o que está sendo vendido? Talvez o público tenha ficado um pouco confuso?

O "fiasco da O.G.L." (segure-se)

O fracasso do filme nos EUA também veio de uma polêmica que agitou o mundo do RPG no início de 2023, cerca de seis meses antes do lançamento do filme. É importante saber que D&D é publicado sob uma licença chamada "O.G.L." (Open Game Licence) que permite que qualquer pessoa crie seu próprio RPG usando as regras básicas de Dungeons & Dragons. Muitos editores de jogos aproveitam essa licença livre para lançar linhas inteiras e toneladas de jogos derivados de D&D, vivendo economicamente disso.

Mas em janeiro de 2023, um documento circulando na editora de Dungeons & Dragons vazou para a imprensa, mencionando a possível revogação dessa O.G.L., mesmo estando escrito que a O.G.L. é "perpétua", o que colocaria de fato todas as empresas que publicam jogos derivados de D&D fora da lei e as forçaria a fechar as portas.

Levante de escudos dos editores afetados, boicote aos produtos D&D... A reação se fez sentir, a editora de Dungeons & Dragons fez "controle de danos" e publicou um mea culpa... mas o dano já estava feito. E entre os boicotes associados a esse "fiasco da OGL" (como foi chamado do outro lado do Atlântico), o filme D&D também foi alvo.

Ainda mais quando os primeiros espectadores descobrem, para completar, que os créditos anunciam o filme como "baseado em Dungeons & Dragons da Hasbro" sem creditar nem Dave Arneson e Gary Gygax (os criadores originais do jogo), nem Ed Greenwood, o criador do universo de ficção no qual o filme se passa - Os Reinos Esquecidos, privando-os assim de qualquer royalty.

Uma sequência é possível?

Todas essas razões - e sem dúvida outras - podem ter contribuído para o desinteresse pelo filme, que merecia muito mais, e até mesmo uma sequência, que por enquanto é apenas um desejo de todos os participantes do longa-metragem. Resta saber se o estúdio Paramount, que tem o poder exclusivo de dar-lhes luz verde, hesitará diante dos resultados decepcionantes do primeiro filme.

*Conteúdo Global do AdoroCinema

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