“Uma desculpa para os atores ganharem o Oscar”: Quentin Tarantino não respeita em nada esse gênero
Giovanni Rodrigues
-Redação
Já fui aspirante a x-men, caça-vampiros e paleontólogo. Contudo, me contentei em seguir como jornalista. É o misto perfeito entre saber de tudo um pouquinho e falar sobre sua obsessão por nichos que aparentemente ninguém liga (ligam sim).

O cineasta tem claro quais filmes são "terrivelmente chatos".

Quentin Tarantino nunca desprezou nenhum gênero. O cineasta não teve problemas em se aventurar no cinema de gângsteres com Cães de Aluguel, nas artes marciais com Kill Bill e até no faroeste com Django Livre. A criatividade e imaginação do diretor representaram uma revolução no mundo do cinema, mas se há algo que ele tem claro é que existe um tipo de filme que nunca terá espaço em sua filmografia. Enquanto as cinebiografias têm gerado grande sucesso nos últimos anos, Tarantino as considera "muito chatas" e não tem problema em admitir isso.

Tarantino brincou livremente com personagens históricos reais em filmes como Era Uma Vez em... Hollywood, onde reimagina os trágicos assassinatos da família Manson, reescrevendo um final alternativo e fictício. Isso se deve ao fato de o diretor pensar que o cinema não precisa refletir a realidade com precisão, mas pode ser adaptado de acordo com as necessidades de cada filme. De fato, sua tendência a alterar fatos históricos também foi vista em Bastardos Inglórios, onde ele imagina um desfecho diferente para a Segunda Guerra Mundial.

"Um gênero que não respeito é a cinebiografia"

Durante uma conversa com o The Talks, o diretor expressou sua insatisfação com esse tipo de longa-metragem, afirmando que as cinebiografias "são apenas uma desculpa para que os atores ganharem o Oscar. É um cinema corrupto". Para Tarantino, não existe uma vida suficientemente extraordinária para que não acabe sendo chata na tela.

"Mesmo a pessoa mais interessante, se você está contando sua vida do começo ao fim, vai ser um filme terrivelmente chato. Se você fizer isso, tem que fazer uma versão em quadrinhos de toda a vida dela. Por exemplo, quando você faz um filme sobre Elvis Presley, não faça um filme sobre toda a sua vida. Faça um filme sobre um dia. Faça um filme sobre o dia em que Elvis Presley entrou na Sun Records. Faça um filme sobre todo o dia antes de ele entrar na Sun Records, e o filme termina quando entramos por aquela porta. Isso é um filme".

Nos últimos anos, filmes biográficos como Bohemian Rhapsody ou o premiado Oppenheimer foram os escolhidos pelos espectadores para ficar entre os mais bem-sucedidos nas bilheterias de seus anos. Precisamente, o último filme de Christopher Nolan foi premiado com o Oscar de Melhor Filme na última edição desses famosos prêmios, filme que também foi indicado em até 13 categorias e ganhou 7 estatuetas douradas no total.

O diretor expressou em várias ocasiões o quanto respeita Nolan, mas não parece que vá seguir seus passos mesmo quando este conseguiu triunfar dentro desse gênero. Na mesma entrevista, Tarantino admitiu que se "sentiria lisonjeado" se alguém decidisse fazer um filme sobre sua vida. No entanto, não hesitou em afirmar que "não o assistiria".

*Conteúdo Global do AdoroCinema

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