"Eles nunca teriam sucesso": Diretor de Não Fale o Mal detona remake americano de um dos filmes mais perturbadores de 2024
Apaixonado por cultura pop, latinidades e karê, Diego ama as surpresas de Jordan Peele, Guillermo del Toro e Anna Muylaert. Entusiasta do MCU, se aventura em estudar e falar sobre cinema, TV e games.

Estrelado por James McAvoy, longa inspirado em terror dinamarquês está em cartaz nos cinemas.

Existem muitas práticas comuns - e nem sempre verbalizadas - em Hollywood. Dentre as mais notáveis, é possível observar como existe uma obsessão em se agarrar a franquias estabelecidas para a produção de reboots, revivals e sequências. Neste balaio estão os remakes, que podem ganhar diferentes classificações - das releituras live-action de animações clássicas a novas versões de histórias que não foram produzidas nos Estados Unidos, por exemplo.

No último grupo estão filmes que trazem narrativas internacionais para os moldes norte-americanos, com, obviamente, diretores, atores e o uso do inglês nos filmes. Tais projetos normalmente não se mostram necessários além de um "copia e cola" do conteúdo original e raramente conseguem manter a qualidade.

“A tensão nesse filme é sufocante”: Remake de Não Fale O Mal promete surpreender aqueles que assistiram a primeira versão

Olhos da Justiça (2015), originado de O Segredo dos Seus Olhos, e Oldboy - Dias de Vingança, inspirado no longa de Park Chan-wook, são bons exemplos de títulos que não foram bem-sucedidos em sua versão estadunidense. O mais novo alvo dessa reformulação é Não Fale o Mal, que acaba de ganhar um remake estrelado por James McAvoy e Mackenzie Davis.

Quem não ficou muito feliz com essa versão foi o diretor do longa original, o cineasta dinamarquês Christian Tafdrup. "Não sei o que acontece com os americanos, mas eles são criados para um conto heroico, onde o bem deve vencer o mal, e esta versão do filme cultiva isso", disse o realizador durante uma entrevista à rádio Kulturen.

"Quando vi o [remake] ontem, pude ver que eles nunca teriam sucesso com um filme em que os personagens são apedrejados até a morte, como acontece no nosso filme", ​​acrescentou Tafdrup. "Essas pessoas [na versão dos EUA] devem lutar por suas famílias e derrotar os bandidos... É uma espécie de final feliz, e está tão arraigado na cultura deles que a América deve ser capaz de lidar com tudo isso."

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Embora o diretor do longa original não tenha gostado, o remake conquistou 83% de aprovação no Rotten Tomatoes pela crítica especializada, apenas 1% a menos do que o longa dinamarquês - que não está disponível no Brasil. Não Fale o Mal [americano] segue em cartaz nos cinemas.

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